“A ideia nossa é entregar ela agora, nesse ano de 2016”. Essa afirmativa sobre o prazo de conclusão da obra da Casa de Detenção de Campo Maior é do Secretário de Justiça do Estado do Piauí (Sejus), Daniel Oliveira. Ele acredita que até o final do ano a construção seja entregue e desafogue o sistema penitenciário do estado.
A expectativa da Sejus, no entanto, se contrasta com o andamento do serviço. “Hoje, nós não temos prazo para entrega. Pode ser daqui a um ano, pode daqui a dois anos, pode passar disso”, explica Gabriel Alves, representante da empresa Lira Coutinho LTDA que conduz a obra do Presídio.
O Em Foco voltou ao canteiro de obras após sete meses desde que produziu a última reportagem acerca da construção, quando acompanhou uma visita do Secretário Daniel Oliveira ao local, e mostra como está o andamento da edificação.
MAIS DA METADE CONCLUIDA
Quando foi reiniciada em agosto do ano passado, cerca de 25% do projeto já havia sido executado. Em sete meses, mais 30% foi construído. Chegando, assim, a um total de 55% do previsto. “A ala de revistar os visitantes está bem adiantada, assim como as celas. Vamos para a segunda laje do prédio da administração. Mais da metade (da obra) já está pronta”, diz Gabriel Alves, representante da construtora.
Ele explica que quatro guaritas estão sendo iniciadas e resta começar o módulo com salas de aula para o ensino profissionalizante e de visita intima, que não constavam no projeto original, mas foram incluídos na reformulação por qual passou a planta.
MUDANÇA DE PRAZO
Durante visita em agosto do ano passado a Campo Maior, o secretário Daniel Oliveira garantiu que a finalização da Casa de Detenção aconteceria num prazo máximo de seis meses. Janeiro, contudo, foi descartado posteriormente do calendário de inaugurações do governo pelo fato da obra ainda estar no “meio do caminho”.
O prazo foi estendido para segundo semestre desse ano e corre o risco de ser adiado mais uma vez. A empresa não descarta a remota possibilidade de concluir o serviço em 2016. “Temos que acelerar o ritmo. Se seguirmos como estamos podemos passar de um, dois anos”.
A PASSOS LENTOS
Ao todo, 40 funcionários atuam na construção. Para intensificar os trabalhos e entregar a Casa de Detenção dentro do período anunciado, o número de homens deve ser dobrado. A empresa Lira Coutinho alega a falta de repasses do governo estadual para mais contratações. “Os repasses não estão acontecendo com regularidade. Isso causa instabilidade. Não podemos adquirir mais funcionários e apressar o passo se não temos a garantia de receber”, desabafa Gabriel.
Desde que retomou a construção, há sete meses, a construtora recebeu somente em janeiro uma parcela do recurso depois que ameaçou paralisar pela segunda vez os trabalhos. Gabriel Alves alega dificuldade em pagar os funcionários e os fornecedores.
“Inaugurar ou não esse ano vai depender dele (governo). Podemos terminar se houver os repasses regulares. Caso contrário, somos obrigados a permanecer nesse mesmo ritmo”.
A SEJUS
Ao Em Foco, Daniel Oliveira disse que o prazo para a inauguração continua mantido para o segundo semestre. “Era uma obra antiga que tinha certo atraso. Felizmente conseguimos retomar, estamos dando continuidade a esse trabalho e nesse ano vamos inaugurar. A ideia nossa é entregar ela agora, nesse ano de 2016”.
A Casa de Detenção de Campo Maior tem vaga para 140 detentos. Uma das apostas da Secretaria de Justiça é o módulo de ensino profissionalizante, que deve contribuir na política de ressocialização dos presos.
Por Otávio Neto
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