Uma comissão do Sindicato dos Policiais Civis do Piauí (Sinpolpi) revelou que vai pedir ao Ministério Público que interdite o Distrito Policial de Campo Maior. A decisão do sindicato foi anunciada na manhã desta segunda (21) durante visita a cadeia do município. O presidente do Sinpolpi, Constantino Junior, classificou o local como insalubre.
“A situação é de calamidade pública. A carceragem da delegacia não tem a mínima condição de funcionamento. Ela funciona num prédio antigo onde uma parte está isolada e para ter acesso a fuga é muito fácil. Vamos entrar com uma representação junto ao Ministério Público e, inclusive, pedir a interdição do local”, diz.
O sindicato se manifestou depois das fugas registradas no início do mês, onde quatro detentos fugiram após cavar um buraco na parede. Durante a visita nesta manhã, a comissão conheceu a estrutura do antigo prédio da delegacia por onde as fugas recentes aconteceram. Já na carceragem, o sindicato encontrou sujeira, vasos sanitários com defeitos, facilidade de fuga e um menor de idade dividindo cela com os outros detentos.
“O teto da cela é de madeira, é muito fácil fugir por ali. São problemas de todas as espécies. Não há condições dos presos ficarem aqui e nem dos nossos policiais trabalharem com segurança. É uma das piores situações do Piauí. Parnaíba e Picos conseguimos solucionar o problema com nossas denúncias, vamos lutar com o Ministério Público para resolver isso aqui”, comenta Constantino Júnior.
Agentes da polícia civil denunciaram ainda que faltam coletes a prova de bala e até algemas. No último domingo, foi usada uma corda para deter um homem que tentatva entrar no Distrito Policial com uma faca no chinelo. “É desestimulante essa situação. Você coloca sua vida em risco. Sem condições você prende um bandido perigoso e logo depois ele foge”, comenta um policial civil.
A comissão conversou com detentos. Eles reclamam da sujeira do local e de um vaso sanitário com defeito. “Estamos há vários dias (sem fazer necessidades fisiológicas) porque está entupido o vaso”, protestam.
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Por Otávio Neto
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