Funcionários de quatro setores de coordenação do Hospital Regional de Campo Maior entregaram os cargos após alegarem terem sofrido assédio moral por parte da diretora geral, Celene Maria Moraes Fontenele.
Os profissionais relataram em entrevista ao Em Foco, que a diretora costuma humilhar, constranger e perseguir os membros da equipe de enfermagem quando é questionada sobre a falta de materiais para realização dos procedimentos no hospital.
“Se não fazer as coisas do jeito dela, sofre perseguição mesmo. Qualquer coisa que falasse para melhorar ela leva para o outro lado, como se desse a entender que a gente fosse contra a gestão dela, e não é isso”, relata uma funcionária.
Alguns dos profissionais também relatam agressão verbal, chantagens e até ameaças por parte da diretora, por medo, optaram por deixar os cargos de coordenação da instituição.
“Se faltasse algum material, por exemplo, e um profissional chegasse pedindo uma reposição de algo que estivesse faltando, deste EPI’s ou medicamentos, ela imediatamente mandava uma mensagem ameaçando retirar aquele profissional daquele setor”, relata o profissional.
Além da denúncia sobre as agressões contra os funcionários, a diretora também é denunciada sobre negligências em sua gestão, como retenção de materiais essenciais para os pacientes, profissionais sem proteção contra covid-19 e salários desiguais e atrasados para profissionais dos mesmos setores.
Essa não é a primeira vez que Celene Maria é denunciada sobre circunstâncias como essas. Em 2017 a diretora não estaria respeitando o pregão 02/2016, realizado em 10 de janeiro 2017, para contratação de empresa para fornecimento de medicamentos, material penso hospitalar e laboratorial, para atender as demandas do Hospital Estadual Domingos Chaves, em Canto do Buriti.
Dados do portal da transparência do Estado do Piauí mostram que a diretora vem comprando medicamentos da distribuidora São Marcos, situada em São Raimundo Nonato, que não foi vencedora de nenhum lote da licitação. O caso pode gerar intervenção imediata do Ministério Público para as devidas providências.
Profissionais relatam falta de luva e álcool em gel no HRCM para o SENATEPI
Funcionários do Hospital Regional de Campo Maior- HRCM relatam escassez de materiais como álcool em gel e luvas no atendimento a pacientes, inclusive com suspeita de covid-19, além de assédio moral durante os plantões. As denúncias foram encaminhadas para o Sindicato dos Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Estado do Piauí- SENATEPI que tomará as medidas judiciais cabíveis.
A reportagem tentou contato com a diretora, mas até o fechamento desta matéria não havia obtido êxito.
Bianca Viana
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