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  02:21

'Sou inocente', diz mãe da advogada Izadora Mourão sobre o assassinato e a prisão do filho pelo crime em Pedro II

Em relatório de investigação da Polícia, relata que havia 10 facas no guarda-roupa da mãe de Izadora Mourão, além de manchas de sangue no lençol de João Paulo

 Com informações: Portal P2/GP1/Meio Norte

A senhora Maria Nerci, mãe da advogada Izadora Mourão, que foi assassinada no último sábado dia 13 de fevereiro, se pronunciou sobre o caso nesta terça-feira (16). A mulher afirma que ela e João Paulo, irmão da advogada, são inocentes. Nerci falou sobre o crime em uma entrevista concedida ao Portal P2. A senhora sustenta a versão de que uma mulher não identificada, usando máscara e toca teria entrado na casa.

No decorrer da entrevista, a idosa mostra o quarto do filho João Paulo, onde Isadora foi encontrada morta. Nerci contou que quando viu a filha, chamou Alzenir, diarista da casa que no dia em questão estava de folga, e as duas foram verificar se a advogada ainda estava com vida. Em seguida, João Paulo que estaria dormindo no quarto da mãe, foi chamado pela diarista. Segundo Nerci, o filho se assustou quando viu Izadora morta e se perguntou quem poderia ter feito aquilo com a irmã.

“Ela era uma pessoa muito boa com os irmãos, inclusive com o João Paulo, eles eram muito amigos. Ela não tinha nenhum problema com o João Paulo não”, relatou Maria Nerci. Segundo a idosa, João Paulo não entrou no quarto, ficando apenas na porta do cômodo, e disse: “O João Paulo é inocente eu sou inocente”, afirmou a senhora.

Maria Nerci disse ainda que não teme ser presa, que já preparou uma bolsa com alguns pertences, caso seja expedido um mandado de prisão contra ela.

Assista a entrevista:

 

 

Relatório que narra as diligências da Polícia Civil durante as investigações que levaram a prisão do jornalista João Paulo Mourão

De acordo com a polícia, a idosa teria acobertado o crime, segundo informou Francisco Costa, o Baretta, coordenador do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). No documento da investigação revela que foram encontradas pelo menos 10 facas dentro de um guarda-roupa da mãe de João Paulo e Izadora. O relatório consta na decisão judicial proferida nesta terça-feira (16), onde o juiz Rogério de Oliveira Nunes converteu em preventiva a prisão de João Paulo Mourão.

De acordo com o texto, a polícia não comprou a versão apresentada pela mãe da advogada, Maria Nerci, e pelo irmão João Paulo. Eles afirmaram logo após o crime que Izadora foi assassinada por uma mulher que havia entrado na residência para fazer uma cobrança, no entanto, os investigadores questionaram como tudo pode ter acontecido sem os familiares terem percebido.

“As diligências realizadas pela autoridade policial não esclareceram como aconteceu um crime sem que João Paulo e sua mãe não tivessem ouvido nada; de todos os vizinhos ouvidos nenhum disse ter visto nenhuma mulher entrando ou saindo da casa da vítima”, consta no relatório.

Facas escondidas

Uma das facas utilizadas no crime chegou a ser levada para outro lugar pela própria mãe da vítima, que levou a arma branca para a casa de Ocianira, que, segundo o relatório, é irmã de Izadora. Conforme o documento, João Paulo acabou indo buscar a faca no outro dia. “A irmã da vítima Ocianira, o esposo Wagner e a filha do casal Vanessa, informaram que a mãe da vítima pediu para que estes escondessem uma faca em sua residência; no domingo João Paulo foi até a casa de Ocianira e pegou a faca”.

Uma revelação que chama atenção no relatório é que a polícia encontrou dentro do guarda-roupa da mãe de João Paulo e Izadora pelo menos 10 facas, incluindo a utilizada no crime. O documento diz ainda que o jornalista apontou qual dos instrumentos foi usado, mas não informa se ele admitiu ter cometido o assassinato ou se apenas encontrou a arma junto do corpo da irmã.

“Nas diligências, João Paulo informou que as facas estavam no guarda-roupa de sua mãe e lá se depararam com pelo menos dez facas e solicitado João Paulo apontou a faca que supostamente teria sido usada na prática do crime. Em seguida o delegado solicitou a perícia para averiguar se havia sangue humano; foi constatado vestígios de sangue pela perícia; em seguida o delegado deu voz de prisão para João Paulo”, diz o texto.

Marca no lençol

A polícia constatou que, no lençol de Izadora havia a marca de uma mão, cujas dimensões coincidiam com a mão de João Paulo. “Após uma minuciosa averiguação no quarto onde ocorreu o crime, havia uma mão no lençol da vítima que no contexto coincidia com as dimensões das mãos de João Paulo”, aponta o relatório.

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Entenda o caso

Na tarde de segunda-feira (15), o caso da advogada Izadora Mourão que foi assassinada com 07 facadas no pescoço na tarde de sábado (13) em Pedro II, teve uma reviravolta que levou à prisão em flagrante do próprio irmão identificado como João Paulo pela Polícia Civil e o Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa.

Na primeira versão, informaram que uma funcionária que trabalha na casa da advogada, a suspeita tocou a campainha da residência procurando conversar com a vítima. Segundo a funcionária, a advogada após ser informada da suposta visita, teria permitido a entrada da suspeita até o próprio quarto. Após 10 minutos, a mulher que estava usando máscara e touca saiu do quarto e avisou a funcionária que já tinha resolvido o que tinha que resolver com a advogada e saiu da residência logo em seguida. Minutos depois o irmão da vítima chegou procurando a Advogada e se dirigiu até o quarto encontrando morta em cima da cama com um golpe de faca no pescoço. 

Na segunda versão dada pelo o irmão da vítima, o jornalista João Paulo Santos, informou que a própria mãe teria recebido a suposta mulher e no momento do crime estava sozinha com a advogada e um outro irmão deficiente e que a vítima se encontrava em casa dormindo no momento do ataque e que a suspeita do crime teria atuado a mando de uma organização criminosa e a mesma estaria foragida.

Joo Paulo Mouro e a irm Izadora Mouro

O caso foi repassado no domingo (14) para o Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) de Teresina que assumiu as investigações sobre o assassinato da advogada Izadora Santos Mourão, de 41 anos, após a Ordem dos Advogados do Brasil, Secção Piauí, (OAB-PI) solicitar à Secretaria de Segurança Pública (SPP-PI) um reforço para que o caso fosse investigado com maior rapidez, dessa forma o Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa assumiu a investigação.

Após pericia e investigação, chegou-se ao nome do irmão da vítima, como principal suspeito em assassinar Izadora. De acordo com o delegado Francisco Baretta, coordenador do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) foram encontradas, no quarto do suspeito, roupas sujas de sangue e a faca que teria sido utilizada para assassinar a advogada. 

João Paulo foi preso dentro da própria casa e encaminhado para Teresina, onde deverá ter a prisão preventiva decretada. A principal suspeita é que o crime possa ter ocorrido por questões de herança, o acusado negou as acusações durante a prisão. Com isso, praticamente descarta-se a possibilidade de uma mulher entrar dentro do quarto da vítima.

Mãe pode ter sido cúmplice

Ainda de acordo com a polícia, a mãe de Izadora e João Paulo pode ter sido cúmplice no crime, uma vez que, segundo o DHPP, ela teria procurado um álibi para tentar acobertar o jornalista.

“A mãe dele, quando viu a moça morta, a primeira coisa que fez, em vez de ligar para a polícia, ligou para uma faxineira para ela [a faxineira] dizer que ele [João Paulo] estava dormindo, para criar um álibi”, apontou Barêtta.

Dra. Izadora Santos Mourão, era Advogada com Especialização em Direito Previdenciário e Direito Processual do Trabalho, Assistente Social com Especialização em Gerontologia Social, Professora de Português, Literatura e Redação com Especialização em Gestão de Recursos Humanos, foi sepultada no Cemitério da Vila, por volta das 9h da manhã deste domingo (14/02) com muita comoção, amigos e parentes se despedir da advogada. 

Maria Nerci e Joo Paulo Mouro

Da Redação

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