Facebook
  RSS
  Whatsapp

  05:57

Suspeita de assassinar irmão de ditador diz que recebeu 280 reais

Afirmou que foi contratada por um grupo de homens para protagonizar uma pegadinha televisiva envolvendo a vítima

 

A indonésia Siti Aisyah, uma das duas mulheres detidas pelo assassinato de Kim Jong-nam, irmão mais velho do líder norte-coreano, Kim Jong-un, ocorrido no dia 13, afirmou neste sábado que foi contratada por um grupo de homens, que identificou como coreanos ou japoneses, para protagonizar uma pegadinha televisiva envolvendo a vítima.

 

A mulher disse ter recebido 400 ringgits (a moeda da Malásia, um valor equivalente a 280 reais) para passar loção infantil no rosto do norte-coreano. Mas esse óleo para bebês era, na verdade, o agente nervoso VX, catalogado como uma arma química pela ONU, segundo a polícia de Kuala Lumpur.

 

O relato da suspeita, de 25 anos, consta de um depoimento de aproximadamente 30 minutos prestado na delegacia onde ela está presa. Seu conteúdo foi revelado pelo embaixador da Indonésia em Kuala Lumpur, Andreano Erwin, e citado pelo jornal The Star.

 

Segundo o diplomata, Aisyah se encontra em bom estado de saúde, apesar de a Polícia ter informado que ela chegou a vomitar depois de ser presa, aparentemente devido a uma reação ao agente químico usado no crime. Um representante da Embaixada do Vietnã em Kuala Lumpur visitou a outra suspeita, a vietnamita Doan Thi Huong, mas não quis falar à imprensa.        

 

A polícia havia revelado nesta sexta-feira que o agente nervoso VX, catalogado como uma arma química pela ONU, foi usado para assassinar Kim Jong-nam, que foi abordado pelas duas suspeitas no último dia 13 no aeroporto de Kuala Lumpur. O norte-coreano – inimigo declarado do regime do seu irmão – chegou a pedir socorro, mas morreu minutos depois, a caminho do hospital, sentindo fortes dores.

 

As autoridades malasianas continuam identificando a vítima como “um cidadão norte-coreano”, à espera de que algum familiar solicite o cadáver para um exame de DNA. Entretanto, o Governo da Coreia do Sul afirma desde o primeiro momento que Kim Jong-nam foi assassinado pelo regime de Pyongyang, no que Seul chegou a qualificar como um “ato terrorista”.

 

Além da vietnamita e da indonésia, a Polícia da Malásia deteve um químico norte-coreano e expediu mandados de prisão contra quatro outros norte-coreanos que supostamente recrutaram as agressoras para impregnar a vítima com o potente agente químico. Acredita-se que esses quatro suspeitos – Hong Song-hac, Ri Ji-hyon, O Jong-gil e Ri Jae-nam – fugiram da Malásia para Pyongyang no mesmo dia do crime.

 

Fonte: El País

Por Otávio Neto

Mais de Mundo