O Papillomavírus humano, mais conhecido como HPV, é um  vírus transmitido principalmente através da prática sexual sem uso depreservativo. Ao contrário de outras infecções sexualmente transmissíveis,nas quais é preciso haver penetração para que haja transmissão, no HPV isso não acontece. Ou seja, o contato sexual em partes contaminadas é suficiente para que haja a infecção.

A infecção pelo HPV normalmente não causa sintomas, apesar de que algumas vezes é possível observar verrugas nas áreas contaminadas, como na boca, vagina, ânus ou pênis. No entanto, a infecção é bastante perigosa, o vírus gosta de se alojar em áreas onde existem mucosas, que são exatamente as regiões sexuais do corpo, além de boca e garganta.

As verrugas podem ainda aparecer internamente, o que dificulta o diagnóstico, que deve ser feito por um profissional, através de exames específicos. Os jovens são o grupo de maior risco para a infecção pelo HPV.

Um estudo realizado na Universidade Federal do Piauí (UFPI) demonstrou que muitos estudantes universitários não conhecem o vírus e não se protegem contra a infecção, não fazem uso de preservativo durante as relações sexuais, especialmente durante o sexo oral (apenas 19% dos alunos utilizam camisinha durante essa prática sexual) e também, não se vacinam (apenas 20,4% dos alunos se vacinaram). O estudo também identificou que os estudantes da UFPI tiveram mais de 4 parceiros sexuais ao longo da sua vida, o que aumenta as chances de infecção do vírus.

A infecção não tratada e recorrente (que vai e volta) do HPV está relacionada com o aparecimento de câncer, sendo o mais conhecido o Câncer de Colo De Útero. Além disso, o HPV pode estar relacionado a outros tipos de câncer, como o câncer de boca, vagina, pênis e ânus. É portanto, muito importante que tanto os homens quanto as mulheres se protejam da infecção.

Estima-se que quase 100% dos casos de câncer de colo de útero não aconteceriam se a infecção pelo HPV fosse evitada. O uso de camisinha, apesar de ser umas das principais formas de proteção à infecção, não é totalmente seguro.

A maneira mais eficaz de se proteger da infecção consiste na vacinação. A vacina é distribuída gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o Brasil, para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, além disso, o SUS também distribui a vacina para pessoas com a imunidade reduzida, como no caso de pacientes HIV positivos, transplantados ou que estejam passando por tratamento oncológico.

A vacina também está recomendada para homens e mulheres com mais de 14 e até os 26 anos de idade. Infelizmente nessa faixa etária é preciso pagar pelas 3 doses. Por isso, fique de olho se você tem filho na faixa etária da vacinação gratuita, não perca a oportunidade de procurar o posto de saúde mais próximo, levando a carteira de vacinação do seu filho e contribuindo para a saúde daqueles que você mais ama.

Teresina, 01 de fevereiro de 2019

Natiele Sousa Ribeiro de Carvalho

Natural de Campo Maior, Piauí. É Cirurgiã-Dentista, formada pela Universidade Federal do Piauí e Aluna do Programa de Pós-Graduação em Odontologia da Universidade Federal do Piauí.

Atua nas áreas de pesquisa de Clínica Odontológica e Patologia Bucal.

Palavras-chaves: Câncer; Infecções Sexualmente Transmissíveis, Saúde Bucal, HPV.

E-mail: eanatiele@hotmail.com

Simone Souza Lobão Veras Barros (Orientadora)

Professora do Programa de Pós-Graduação em Odontologia da Universidade Federal do Piauí