Endometriose uma doença silenciosa que afeta milhões de mulheres
A endometriose afeta as mulheres no auge da sua vida. Não é uma doença que começa anos mais tarde.
A endometriose é uma doença que afeta cerca de uma em cada dez mulheres em idade reprodutiva, e que a maioria das vezes tem um diagnóstico difícil. É mascarada por cólicas e dores intensas, que na maioria das vezes são encaradas como culpa “daquela altura do mês” ou ainda “daqueles problemas de mulheres”.
A maior parte das mulheres que sofrem de endometriose acaba por não receber a assistência clínica atempada e necessária, já que os sintomas são também ignorados pelos médicos, que não os reconhecem (ou não estão sensibilizados para esta doença), passando por vezes muitos anos até que a patologia acabe por ser identificada. Durante esse tempo, as mulheres podem sofrer com dores bastante severas e serem incapazes de trabalhar, socializar ou manter uma relação sexual.
A endometriose é uma doença em que tecidos similares ao endométrio (que reveste o útero) estão presentes fora dele, na região pélvica, abdómen, ovários, bexiga ou intestinos, provocando dores agudas, por vezes confundidas com cólicas menstruais.
A diretora da Fundação de Pesquisa Mundial de Endometriose e da Sociedade Mundial de Endometriose, Lone Hummelshoj, considera que é um “grande escândalo” a falta de financiamento para uma doença que afeta tantas mulheres.
Não é uma doença que começa anos mais tarde. Ela ataca adolescentes, jovens mulheres que deviam estar a ser ativas, a trabalhar, a ter filhos, a fazer sexo, ao passo que 50% delas estão a lutar contra ela, já que é muito dolorosa”, disse.
A única forma de diagnosticar a endometriose é através de uma cirurgia, geralmente por laparoscopia — técnica em que são utilizados “tubos” através dos quais são introduzidos vários instrumentos no abdómen. Nos casos mais graves a remoção do tecido pode ser bastante difícil, já que pode envolver órgãos como os intestinos e bexiga. Ainda assim, Lone Hummelshoj considera que mesmo os casos mais graves podem ser tratados desde que as mulheres tenham acesso a cuidados especializados. “Infelizmente a cirurgia é tão especializada como uma cirurgia de cancro”, disse.
Geledes
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