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  02:38

A ARTE DE SILENCIAR

Estou aprendendo diariamente a fazer o Exercício do Silêncio

 

Durante mais de 15 anos trabalhei com uma pessoa muito especial, Madre Juliana. Quem conviveu com ela sabe que muitas vezes ela nos dava o “calado como resposta” e deixava a gente desapontada, ou no vácuo, como se diz na linguagem jovem de hoje. No momento parecia até desagradável, mas depois a gente se acostumava e até já sabia que algumas coisas era melhor nem falar, ou perguntar, porque não obteríamos resposta. Com o passar do tempo e o aumento da intimidade, um dia eu perguntei a ela o porquê daquele comportamento. Ao que ela sabiamente disse: _ Às vezes o silêncio é a melhor resposta. Se há de eu ser grosseira, ou deselegante, eu prefiro calar. E deu uma boa gargalhada. Ah, Madre Juliana, quantas coisas eu aprrendi com a senhora!

 

Eu aprendi que realmente às vezes calar é o que se tem de melhor em algumas situações. Por exemplo, quando você sabe que alguém falou mal de você, pelas costas, ou mesmo nas redes sociais, é melhor não dar resposta, ou não “Dar Mídia” como me ensinou um jornalista amigo meu! E deixar que o tempo se encarregue de mostrar as verdades escondidas... Um dia ela sempre aparece e nem precisa você se esforçar muito para isso. O mal por si se destrói!

 

Ou quando você vê que não adianta usar nenhum argumento com alguém que discute com você, o melhor é ficar em silêncio e deixar o outro perceber que está enganado... Se não perceber, paciência! Discutir não vai adiantar mesmo... Neste caso o sielêncio funciona como um jato de água fria numa fervura!

 

Outra situação onde cabe bem o silêncio, é quando alguém vem falar mal do outro, fazer fofoca, disseminar discórdia... Falar alguma coisa pode piorar a situação. Silenciar com certeza pode não resolver, mas pelo menos não vai aumentar o mal ou piorar a situação. Até porque “se alguém fala mal do outro pra você, vai falar mal de você para o outro também”, esse adágio todo mundo sabe! Nestes casos o silêncio funciona como um escudo que nos proteje contra as setas envenenadas do inimigo.

 

Tenho aprendido a fazer o exercício do silêncio, e ouvir mais do que falar. Pensar mais do que responder. Muitas vezes ao ser maltratada eu penso: o problema não é comigo! Essa pessoa não é problema meu... e não digo nada, apenas ouço e deixo que o Universo se encarregue de lhe devolver, porque a vida sempre devolve aquilo que a gente dá pra ela.

 

Em uma briga silenciar também funciona, pois já dizia meu avô que “só brigam dois, quando os dois querem”, porque se um silenciar o outro não vai brigar sozinho. Muitas tragédias poderiam ser evitadas se as pessoas tivessem aprendido a fazer este valioso exercício que requer humildade, paciência e sabedoria.

 

Somos seres humanos e como tal somos passiveis de erro, e realmente algumas vezes é difícil segurar o impulso, pois a resposta vem na ponta da língua e  sentimos vontade de responder à altura, como o outro até merece, mesmo assim é melhor calar! Calar torna-se uma ferramenta tão poderosa como uma bomba! Se for necessário, respire! Respire! Respire de novo... e se outro ainda não aprendeu, cale você! Numa discussão nem sempre vence quem tem razão, geralmente o vencedor é aquele que consegue manter o equilíbrio emocional e silenciar, demonstrando maturidade.

 

Por isso eu falo que é preciso exercitar. Exercitar até adquirir a habilidade necessária para ter expertise  na arte de silenciar... Aos poucos se vai aprendendo e depois fica  fácil e muito mais saudável a prática do silêncio... E uma coisa é certa, em alguns casos o silêncio fala mais alto que um grito, incomda mais que mil palavras e nos faz alcançar a vitória melhor que numa guerra...