Segundo o Blog do Matheus Leitão, o caçula de Lula, Luís Cláudio Lula da Silva, foi intimado na última terça-feira (27) – dia em que o pai completou 70 anos – a depor à PF para esclarecer as suspeitas de que uma empresa dele recebeu propina do esquema de corrupção que atuava no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), ligado ao Ministério da Fazenda. A suposta fraude em julgamentos e venda de sentenças do Carf é investigada pela Operação Zelotes.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, atuando como advogado de defesa, que não deveria, solicitou "esclarecimentos imediatos" ao diretor-geral da Polícia Federal (PF), Leandro Daiello, sobre a intimação para o filho do ex-presidente Lula. Segundo a imprensa, é uma forma de pressionar o delegado.
O comunicado divulgado pela assessoria do Ministério da Justiça afirma que o Cardozo quer apurar se Luís Cláudio foi intimado "fora do procedimento usual". A intimação teria sido feita após as 23h da última terça.
Na segunda-feira (26), a PF cumpriu mandado de busca e apreensão nas empresas de Luís Cláudio, em São Paulo, por ordem da juíza Celia Regina Bernardes. No despacho que ordenou as buscas, a magistrada ressaltou que a LFT – uma das empresas do filho de Lula – recebeu, em 2014, R$ 1,5 milhão do escritório do vice-presidente da Anfavea, Mauro Marcondes.
O Ministério Público avalia como suspeito o fato de a LFT – uma empresa de marketing esportivo – estar recebendo um valor expressivo de uma empresa especializada em atuar com a administração pública.
De acordo com o Blog do Matheus Leitão, inicialmente, Luís Cláudio deveria prestar depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira (29). No entanto, o advogado do filho de Lula, Cristiano Zanin, solicitou o adiamento da conversa de seu cliente com os policiais federais.
Investigadores que atuam na Operação Zelotes informaram ao Blog que o pedido da defesa foi acatado e o caçula de Lula deve ser ouvido somente na semana que vem.
À TV Globo, o advogado de Luís Cláudio afirmou, por meio de nota, que as empresas do filho do ex-presidente "atuam com prestadores de serviço, contratados de acordo com a necessidade, escopo e dimensão do trabalho em questão".
"A LFT foi remunerada pela Marcondes e Mautoni por projetos executados e devidamente entregues. Todos os valores recebidos foram contabilizados e os impostos pagos, estando os comprovantes à disposição das autoridades", alegou o advogado.
A defesa de Luís Cláudio protocolou nesta quarta (28) um mandado de segurança no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) para tentar anular a decisão judicial que autorizou busca e apreensão em um endereço onde funcionam três empresas do filho do ex-presidente.
Da Redação. campomaioremfoco@hotmail.com
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