Uma operação da Polícia Federal teve início nesta quarta-feira(12) em quatro estados do país, entre eles, o Piauí, para desarticular uma organização criminosa que realizava saques fraudulentos de precatórios em diversas regiões do país. A ação tem o apoio da Caixa Econômica Federal.
Estão sendo cumpridos 19 mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva em Teresina, Porto e Nossa Senhora dos Remédios no Piauí; também em cidades do Maranhão (Zé Doca, Nova Olinda do Maranhão e São Luís), Pará (Redenção e São Félix do Xingu) e São Paulo (São João da Boa Vista). Também foram expedidas duas medidas cautelares diversas da prisão contra servidores da Caixa, bem como determinado o bloqueio de contas e sequestro de bens.
Segundo nota da Polícia Federal, a investigação teve origem em uma tentativa de saque ocorrida no município de Capivari de Baixo-Santa Catarina, tendo sido obtidas, através de cooperação com a Caixa Econômica Federal, informações sobre fraudes similares em diversas agências do banco.
“No curso da investigação, foram obtidos fortes indícios de que a organização criminosa se aproximava de advogados através de aplicativo de mensagens, com a finalidade de que realizassem os levantamentos dos precatórios utilizando-se de documentos ideologicamente falsos, obtidos principalmente em cartórios do Maranhão e Piauí. Após os saques indevidos, os criminosos faziam sucessivas movimentações financeiras dos valores em contas de terceiros, para afastar a origem ilícita dos recursos e dificultar a identificação dos verdadeiros beneficiados com as fraudes”, destaca a nota da PF.
De acordo com informações obtidas junto à Caixa, o grupo realizou, ou tentou realizar, levantamentos fraudulentos de precatórios nos Estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Piauí, Rio Grande do Norte e Amazonas. Até o momento, foram detectados prejuízos de quase R$ 2 milhões aos cofres públicos.
Cerca de 70 policiais federais estão na operação denominada de Eleazar. Os investigados poderão ser indiciados pela prática dos crimes de organização criminosa, estelionato majorado, violação de sigilo funcional e lavagem de dinheiro.
A Polícia informou ainda que o nome Eleazar é em alusão ao nome em hebraico de Lázaro, o qual, de acordo com o Evangelho, teria sido ressuscitado por Jesus Cristo. E trata-se de uma referência à “Operação Lázaro”, deflagrada pela Polícia Federal em junho de 2016, que investigou o mesmo esquema, por meio do qual um grupo criminoso selecionava precatórios disponíveis para saques, preferencialmente de pessoas já falecidas, mediante a falsificação de documentos. Na época, o Piauí também foi alvo da minha informação.
Bianca Viana
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