O jornalista William Bonner foi ao Twitter denunciar o uso de um de seus filhos em uma fraude envolvendo o auxílio emergencial de R$ 600 dado pelo governo federal a cidadãos em situação de risco por conta da pandemia do coronavírus.
Segundo o apresentador do Jornal Nacional, da Rede Globo, ele foi procurado pelo jornal Meia Hora para repercutir o uso de dados do filho em um pedido de auxílio, quando se notou a fraude. O âncora afirma que o jornal resolveu não publicar a matéria, mas alertou para os repetidos ataques a seus filhos.
"Na terça, dia 19, fui informado de que o jornal Meia Hora tinha obtido documentos do suposto registro de meu filho no programa de auxílio emergencial do governo. Meu filho não pediu auxílio nenhum, não autorizou ninguém a fazer isso por ele. Mais uma fraude, obviamente", postou Bonner. "Apresentados os fatos, o jornal corretamente não publicou a matéria."
Bonner disse que o novo caso de tentativa de estelionato é mais grave por envolver dinheiro público. Seu filho não está no grupo de pessoas que poderia ser beneficiado, mas, de acordo com o âncora, seu CPF foi aprovado.
"Desta vez, o que vem à tona é ainda mais grave. Pelos critérios do programa de auxílio emergencial, alguém nas condições sócio-econômicas do meu filho não tem direito aos 600 reais da ajuda. Portanto, quem quer que viesse a usar o nome, o CPF e dados pessoais dele deveria receber como resposta ao pleito um 'não'. Mas, pelo que vimos ao consultar o site do Dataprev, o pedido de auxílio feito por um fraudador foi aprovado", escreveu ele.
O apresentador não postava mensagens no Twitter desde julho de 2019 e alertou, no começo de seus tuítes: "Interrompo meu silêncio no Twitter para denunciar uma injustiça e uma fraude com dinheiro público. Primeiro, a injustiça". Ele conta, então, que fraudes envolvendo os filhos são algo com que lida há anos.
"Estelionatários têm usado há 3 anos o nome e do CPF de meu filho para fraudes, como a abertura de empresas ou a contratação de serviços de TV por assinatura, entre outras", tuitou o jornalista. Bonner diz que já abriu boletins de ocorrência e precisou se cercar de advogados para tratar dos problemas.
"A repetição de fraudes chegou ao ponto de tornar recomendável uma troca do CPF. Mas, no Brasil, a vítima de golpes dessa natureza precisa passar por uma longa provação, em que tempo e dinheiro se esvaem no desenrolar do processo burocrático", desabafou. "Por justiça, não deveria ser assim. Meu filho e qualquer cidadão vítima de estelionato precisariam ser defendidos pela burocracia, em vez de punidos por ela."
Da Redação
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