A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de autorizar o uso emergencial da vacina da Janssen, do grupo Johnson & Johnson, contra o novo coronavírus. Com a decisão, a vacina de dose única está liberada para ser aplicada na população brasileira, conforme noticiou a CNN Brasil.
A decisão ocorreu nesta tarde (31/03) e foi aprovada de forma unânime pelos cinco membros da Diretoria Colegiada. A resposta também foi rápida, haja vista que a Janssen fez a solicitação do uso emergencial de seu imunizante na última quarta-feira (24/03).
A diretora da Anvisa, Meiruze Souza Freitas, relatora do pedido, em sua argumentação, defendeu que o imunizante da Janssen já obteve aprovação para uso emergencial pelas agências reguladoras dos Estados Unidos, Canadá, Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e, até mesmo, da Organização Mundial da Saúde (OMS).
"Dada a atual situação de emergência, considera-se que as incertezas podem ser resolvidas por meio de obrigações específicas, incluindo a continuação do estudo clínico principal pelo maior tempo possível, estudo de eficácia após aprovação e vigilância de rotina de segurança", afirmou Meiruze.
Com a aprovação, espera-se que a entrega de 38 milhões de doses do imunizante comece em julho, no Brasil. Seguindo o Plano Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, as entregas devem ocorrer em duas etapas; a primeira de julho a setembro, com 16,9 milhões de doses; e a segunda de outubro a dezembro, com 21,1 milhões.
Velocidade na aprovação da vacina
A velocidade do desenvolvimento de imunizantes contra a Covid-19 pode ser um tema que ainda gera dúvidas a algumas pessoas. O gerente-geral da Gerência Geral de Medicamentos e Produtos Biológicos (GGMED) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Gustavo Mendes, explicou os motivos que contribuíram para que os cientistas fossem capazes de desenvolver vacinas contra o coronavírus de forma tão rápida.
“O conhecimento científico na área de vacinas avançou muito, sendo que nesse último ano já existia esse conhecimento relacionado a testes de outros imunizantes, para outras doenças, que permitiu que não se começasse do zero. Então, já existia a ideia, por exemplo, de vacina com vírus inativado, com RNA, ou seja, com o material genético do próprio vírus para desenvolvimento de uma vacina”, afirma Mendes.
Além do conhecimento científico, “outra questão é que agências reguladoras de todo o mundo tiveram que repensar os seus procedimentos, permitindo que estudos clínicos pudessem ser aceitos e desenvolvidos de forma mais rápida”, explicou Mendes, em vídeo no canal do Youtube do ICTQ - Instituto de Pesquisa e Tecnologia para o Mercado Farmacêutico, entidade na qual ele dá aulas na Pós-graduação de Assuntos Regulatórios, entre outros cursos. Confira o vídeo completo aqui.
Quanto à vacina da Janssen, em conferência realizada hoje (31/03), Mendes explicou que a taxa de eficácia média é de 66,9% e que a aplicação do imunizante pode ser feita em pessoas acima de 18 anos, com ou sem comorbidade, inclusive, idosos.
Ele afirmou, ainda, que a Anvisa constatou a segurança da vacina e que seu uso, em caráter emergencial, não oferece risco à população, e, de acordo com os estudos, a proteção oferecida pela imunizante acontece após 14 dias da aplicação.
Novos tratamentos para Covid é tema da live do ICTQ
Na próxima quinta-feira, 01 de abril, o ICTQ promoverá uma live com a participação da Anvisa, em que a agência vai falar, com exclusividade, sobre possíveis novos tratamentos para a Covid-19.
O evento receberá, além de representantes da Anvisa, profissionais do Ministério da Saúde e do ICTQ.
A transmissão será no canal do Youtube da Instituição (inscreva aqui), a partir das 20:30.
Da Redação
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