A Biomm, marca nacional e pioneira na produção de insulinas no País, acaba de anunciar que recebeu autorização provisória para definir o preço do medicamento Ghemaxan (enoxaparina sódica) em todo o território nacional.
O fármaco é destinado a casos de tromboembolismo, porém, se mostrou, também, eficaz no tratamento de pacientes com coronavírus, tanto que países da Europa e Estados Unidos já o utilizam com essa finalidade.
A autorização da precificação foi dada pela Secretaria Executiva da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed), nesta segunda (12/04), conforme anunciou o Valor Econômico.
A resolução da Cmed estabeleceu preços provisórios baseada na média aritmética das apresentações dos medicamentos com o mesmo princípio ativo e concentração, destinado ao tratamento de profilaxia de tromboembolismo, sendo utilizado em pacientes com covid-19.
A autorização tem validade de 120 dias, no entanto, pode ser prorrogada enquanto for reconhecida a emergência de saúde pública relacionada à Covid-19 pelo Ministério da Saúde (MS).
Cabe lembrar que o Ghemaxan tem registro aprovado no Brasil desde novembro de 2020. A medida foi concedida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Antes disso, em abril do ano passado, a Biomm obteve a exclusividade de licenciamento, fornecimento, distribuição e comercialização do fármaco no País.
Sobre o Ghemaxan
Ghemaxan é o nome comercial do anticoagulante enoxaparina sódica, da farmacêutica italiana Chemi. O medicamento é produzido pela companhia desde 2014.
O fármaco é indicado para tratamentos de trombose venosa profunda já estabelecida; profilaxia do tromboembolismo venoso e recidivas, associados à cirurgia ortopédica ou à cirurgia geral; assim como em pacientes acamados devido a doenças agudas, incluindo insuficiência cardíaca, insuficiência respiratória, infecções graves e doenças reumáticas.
Além disso, ele atua na prevenção da coagulação do circuito de circulação extracorpórea durante a hemodiálise e serve, ainda, como tratamento da angina instável e infarto do miocárdio sem onda Q, administrado concomitantemente ao ácido acetilsalicílico.
Por atuar no combate dos distúrbios de coagulação que atingem os vasos das pernas e dos pulmões, e impactam na oxigenação de pacientes hospitalizados, o medicamento passou a fazer parte do protocolo de profilaxia e tratamento de coágulos associados à Covid-19.
Isso fez com que o seu uso, em casos de coronavírus, fosse indicado por sociedades médicas de diversos países. Além disso, o medicamento está incluso no Grupo de Trabalho de Diretrizes de Tratamento da Covid-19, do Instituto de Saúde Pública dos Estados Unido.
Outras apostas da Biomm no combate à Covid-19
Além do Ghemaxan, a Biomm está com esforços concentrados para trazer outro medicamento com potencial de combater a Covid-19 ao Brasil.
Em 06 de abril recente, a companhia divulgou que fez um acordo exclusivo com a norte-americana CytoDyn para fornecer o leronlimabe ao País. O medicamento está em fase de aprovação para o uso emergencial para tratar pacientes hospitalizados em quadro grave de Covid-19.
A CytoDyn declarou que já realizou testes da fase 2 do medicamento. Além disso, segundo a companhia, nas Filipinas, um paciente hospitalizado com Covid-19 melhorou significativamente 35 horas após receber a primeira injeção do fármaco e teve alta em, apenas, três dias após o uso da medicação.
Estudos de medicamentos para Covid-19
Ao mesmo tempo em que vacinas estão sendo desenvolvidas contra a Covid-19, a eficácia de medicamentos disponíveis no mercado no combate ao coronavírus também segue sendo explorada pelos estudiosos mundo afora.
No Brasil, a Anvisa já liberou o uso do antiviral remdesivir em casos de Covid-19. Além disso, a agência está avaliando o uso de outros potenciais fármacos para tratar a doença.
O farmacêutico e professor da Pós-graduação em Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica no ICTQ - Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Rafael Poloni, lembra que os estudos sobre o uso de medicamentos já existentes, para tratar Covid-19, podem contribuir para que, em breve, as pessoas tenham mais alternativas para combater a doença e com isso, reduzir a alta mortalidade que o vírus desencadeia globalmente.
“Os cientistas do mundo inteiro têm se esforçado para desenvolver de fármacos e vacinas contra a Covid-19 e toda a população aguarda ansiosamente algo que proteja contra esse vírus. Com o desenvolvimento científico de estratégias de proteção da população contra a Covid-19, consequentemente haverá redução de mortes e melhoria da qualidade de vida”, defendeu.
Bianca Viana
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