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Urina Preta: Ceará investiga nove casos suspeitos da doença provocada pelo peixe Tambaqui

A doença matou um homem de 55 anos na na última terça-feira (7), e agora avança em pelo menos 07 estados. brasileiros.

 Com informações G1 CE

A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) investiga a ocorrência de nove casos suspeitos da Doença de Haff, conhecida popularmente como "doença da urina preta". Os números dizem respeito até o dia 21 de agosto e aguardam confirmação laboratorial da toxina presente em peixes possivelmente contaminados.

De acordo com o Ministério da Saúde, a Doença de Haff é causada por uma toxina que pode ser encontrada em peixes como o tambaqui, o badejo, a arabaiana ou em crustáceos, como a lagosta, o lagostim e o camarão.

A toxina, sem cheiro e sem sabor, surge quando o peixe não é guardado e acondicionado de maneira adequada. Quando ingerida, ela provoca "destruição das fibras musculares esqueléticas e libera elementos de dentro dessas fibras no sangue, ocasionando danos no sistema muscular e em órgãos como os rins", segundo o Ministério.

Conforme a Secretaria da Saúde cearense, dos nove casos suspeitos, quatro são homens e cinco são mulheres, com idade média de 51 anos. Os principais sintomas observados, conforme a pasta, foram a urina preta, mialgia na região cervical, nos membros inferiores e superiores, além de dores articulares.

A Doença de Haff pode provocar sintomas entre duas e 24 horas após o consumo do animal infectado. Ela provoca extrema rigidez muscular, também podendo causar dor torácica, dificuldade para respirar e dormência.


Mortes

Um homem de 55 anos faleceu na última terça-feira (7), em Santarém (PA), com suspeita de rabdomiólise, mais conhecida como “doença da urina preta”. As informações foram divulgadas pelo jornal O Globo.

Segundo a reportagem, o indivíduo procurou uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e relatou dores nos membros inferiores e cãibra. Liberado após receber medicação, o homem retornou à noite com o tórax dolorido. O indivíduo que morreu teria consumido pescado, contudo, o caso está sendo investigado.

A rabdomiólise provoca lesões musculares que liberam substâncias tóxicas na corrente sanguínea. Quando aparece após o consumo de peixes é associada à Doença de Haff. Pode ocorrer também na sequência de traumatismos, atividade física excessiva, crises convulsivas, consumo de drogas.

De acordo com o Ministério da Saúde, a doença é causada por uma toxina que pode ser encontrada em determinados peixes como o tambaqui, o badejo e a arabaiana ou crustáceos (lagosta, lagostim, camarão). Em agosto, a cidade de Itacoatiara (AM) registrou um surto de rabdomiólise, com 36 casos registrados e uma morte.

Tratamento e prevenção


O Ministério da Saúde aponta que a hidratação é "fundamental nas horas seguintes ao aparecimento dos sintomas, uma vez que assim é possível diminuir a concentração da toxina no sangue, o que favorece sua eliminação através da urina". Em casos mais graves, pode ser preciso fazer hemodiálise.

Na maioria das vezes, o quadro costuma evoluir bem, mas há risco de morte, especialmente em pessoas com comorbidades. O indicado é procurar ajuda logo após o aparecimento dos primeiros sintomas para que o diagnóstico seja feito o mais rápido possível.

Não há nada específico que possa ser feito para evitar a enfermidade. Não existem formas de identificar a toxina: ela não tem cheiro, gosto ou cor e não desaparece após o cozimento da carne. A indicação é reduzir o consumo de peixes ou comprá-los em locais onde se conhece o processo de transporte e guarda.

Bianca Viana

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