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Crepes em formato de órgãos genitais faz sucesso entre jovens em comércio de rua

 Fonte: g1

Conhecida como a capital nacional da gastronomia, a cidade de São Paulo começou a experimentar, em agosto, uma nova modalidade de comida: a Erotic Food, ou Comida Erótica.

A exemplo de Lisboa, em Portugal, os crepes em formato de pênis e vulva são oferecidos em São Paulo em um contêiner da rua Augusta, no Centro, e fazem a alegria das diferentes tribos que frequentam a região.

Os crepes em formato de genitália da “Assanhadxs Erotic Food” foram trazidos ao Brasil pela comerciante Gislene Silva, de 53 anos, e pelo companheiro dela, o engenheiro eletrônico Marcos Afonso, de 49 anos.

“Há tempos eu queria deixar a engenharia de lado e abrir um negócio próprio. A Gigi tinha visto que existiam esses crepes na França e a gente começou a amadurecer a ideia, que demorou uns dez meses até a importação das máquinas e a abertura do contêiner. É uma proposta ousada, mas muito divertida pra gente, em todas as etapas”, disse Marcos Afonso.

“Nós tentamos abrir uma loja de artigos LGBTQI+, vendendo pulseiras e outros artigos, mas percebemos que a comida era o que tinha mais saída. Eu queria uma coisa que fosse diferente do que é oferecida aqui nos food trucks que dividem espaço com a gente. Aí veio o estalo...”, conta a comerciante.

'Crepipi e Crepepeka'
O cardápio da “Assanhadxs” é composto por quatro opções de crepes doces ou salgados, que podem ser recheados de acordo com o desejo do cliente. Apelidados de “crepipi” e “crepepeka”, eles são feitos com receitas de massas de crepes criadas pelo próprio casal.

“Antes de abrir o negócio, a gente testou em casa vários tipos diferentes de massa pra dar uma textura mais firme pro formato. Misturamos o crepe tradicional com vários tipos de produtos, até que encontramos uma solução legal com a massa do pão de queijo pra crepepeka, além da massa folhada pro crepipi”, afirmou Marcos Afonso.

Entre os produtos que mais têm saída estão os pênis doces ou salgados, decorados com gergelim ou confeitos e granulados na extremidade da glande.

O motivo do sucesso dos produtos nas redes sociais, segundo a dona do negócio, tem relação com o sabor, não com o público que frequenta a rua Augusta.

Segundo os donos do negócio, o sucesso dos crepes eróticos está no “boca a boca” dos clientes, que nunca deixam de experimentar a novidade sem antes fazer uma foto divertida para colocar nas redes sociais.

“É um produto muito ‘instagramável’. Os clientes tão sempre postando e marcando a gente. E frequentemente aparecem clientes querendo experimentar o produto porque viu nas redes sociais ou em algum lugar do mundo, através da internet”, diz o engenheiro.

Os crepipis da rua Augusta têm 16,5 centímetros e são bastante recheados por dentro, com valor de R$ 25. As crepepekas custam R$ 15 e tem duas opções: molhadinha, passada na manteiga, ou peludinha, com confeitos doces, granulado de chocolate ou gergelim.

Críticas com bom humor
Sobre o fato do formato dos crepes gerarem crítica entre os grupos mais conservadores, que não enxergam diversão na novidade, Gigi Silva tem a resposta na ponta da língua:

“Vejo como uma grande brincadeira, já que todo mundo tem vagina e pênis. A gente tem que desconstruir esse fantasma de que é uma coisa privada e que deve ser tratada só na intimidade. Graças a Deus, aqui na rua Augusta o pessoal é mais descontraído e encara tudo com muito bom humor. Mas ontem mesmo passou uma família com duas crianças. Eles provaram, tiraram foto e brincaram. Prova que a maldade está na cabeça, não no paladar”, afirmou.

Gigi Silva conta que na família dela todos sabem do novo empreendimento e adoram. Entre amigos também há muitas encomendas para festas e despedidas de solteiro para noivas e noivos.

“Quando a gente estava na fase de teste das receitas, a gente colocou a família para experimentar. O cunhado, o genro, os irmãos. Todo mundo ia em casa para testar as nossas receitas. Acho que foi em casa que a gente teve certeza que talvez o nosso produto teria finalmente uma saída satisfatória”, comentou Marcos Afonso.

“O pessoal adora. Fazem encomenda, indicam para os amigos. E a gente está adorando poder nos divertir e faturar algum dinheiro pra fazer retornar o investimento”, disse Gigi Silva.

Reação dos clientes
O g1 conversou com alguns clientes da loja que compraram os crepes e a maioria deles curtiu bastante a novidade.

“Acho o máximo. São coisas diferentes. A gente não tá muito habituado a ver isso. E eu acho incrível porque, poxa, todo mundo tem, né? Então, qual o problema de você comer o que a gente tem?!”, disse a atriz Bruna Tourão, de 26 anos. Ela comeu um crepipi de creme de avelã com morango.

"Eu pedi o crepepeka de chocolate porque é mais barata e sai mais em conta... É como um bolinho muito saboroso. Vale a pena pelo sabor e por ser algo diferente. A gente não come isso todo dia, né? Pelo menos não nesse formato... Então, valeu bastante a pena”, contou a estudante Giulia Aquino, que foi provar a novidade junto com o namorado Rafael.

As críticas ficaram por conta das amigas Tamiris Rosseto, Chi Machida e Renata Louzada, que fizeram observações pra lá de curiosas sobre os produtos.

“Apesar do ótimo sabor, acho que, pra ser mais fiel, o crepipi precisava ser tortinho pra esquerda ou pra direita”, fez piada a analista de dados Tamiris Rosseto.

"Foi o melhor crepipi que já provei. O mais grosso e o que me deu mais trabalho pra comer. Mas acho que ao invés e ser tudo do mesmo tamanho, podia ser uns maiores, outros menores... Os lábios também maiores ou menores", brincou a tatuadora Renata Louzada.

Sobre críticas feitas à associação de comida com órgãos genitais, o público-alvo do negócio acha as guloseimas absolutamente normais.

“A gente já nasce pelado, né?! A gente tem um pré-conceito com a nudes e os órgão sexuais. Então, qual o problema de você comer um crepe em formato de órgão sexual? Acho que é uma galera mente fechada mesmo. É uma coisa inovadora e muito normal pra mim”, afirmou Bruna Tourão.

"Tem gente que dá muito valor para uma coisa boba, não tem porquê... É só uma comida. Ser gostosa é o que importa”, disse Renata Louzada.

Da Redação

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