O Corinthians classificou-se à final da Conmebol Libertadores feminina, mas a vitória massiva, por sobre o Nacional- URU não foi o único assunto que rendeu na partida.
“Macaca” foi o nome utilizado por uma jogadora do time Nacional para se referir à Adriana Leal da Silva, atacante do Corinthians, após ela ter feito o 6º gol da partida, no 28º minuto do segundo tempo. A jogadora Piauiense, Adriana relata não ter escutado a ofensa, mas outras jogadoras do timão escutaram-na e emocionaram-se de imediato.
Um tumulto entre os dois times foi causado e as câmeras captaram a jogadora Vic Albuquerque chorando depois do ocorrido. Apesar do ato racista declarado no jogo, a arbitragem não interviu ou puniu a zagueira do Nacional. O que não significa que o Corinthians ficou calado. Nos próximos gols, o 7º e 8º, as jogadoras estenderam seus braços direitos, praticando o símbolo do gesto de resistência antirracista.
Ao término do jogo, Adriana disse, em entrevista:
“Queria falar o que aconteceu no lance do pênalti. A gente trabalha para que não aconteça. Não ouvi o que ela falou, mas todo mundo que escutou se sentiu mal. As meninas me contaram e me senti muito mal. Nunca passei por isso. A gente trabalha para que nunca aconteça. Espero que ela tenha consciência do que falou e respeite nosso trabalho. A gente trabalha pra botar o Corinthians na final. Espero que não aconteça com ninguém porque é uma sensação horrível”.
Em resposta, Valeria Colman, a capitã do time Nacional, também em entrevista ao fim do jogo, pediu perdão “se alguém do Corinthians se sentiu discriminado” e disse que “não foi intenção” insultar ninguém do time adversário.
Já o Corinthians lançou a seguinte nota oficial:
“O Sport Club Corinthians Paulista tomou conhecimento do relato das atletas do futebol feminino a respeito de injúria racial ocorrida na semifinal da Libertadores, a qual repudia veementemente. O clube se solidariza com Adriana e as demais jogadoras e, de imediato, presta a elas todo o apoio necessário.
A delegação feminina contará com todo suporte jurídico cabível para a apuração necessária e a punição contundente desse ato inaceitável.” O próximo passo das Brabas, como são conhecidas as jogadoras do Corinthians, é enfrentar o Santa Fé, da Colômbia, na final da Libertadores.
FONTE: Elas do Brasil
Bianca Viana
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