Nos últimos tempos, a vacinação de crianças contra a Covid-19 se tornou uma polêmica desnecessária e extremamente perigosa. Seja por ideologia, ou falta de informação correta, algumas pessoas desenvolveram uma espécie de medo e insegurança em torno da imunização dos pequenos. No entanto, especialistas respaldados pela ciência não cansam de reafirmar: as para crianças são seguras, eficientes, necessárias e urgentes.
"Vacinas são seguras e salvam vidas. Além disso, é importante reforçar que o distanciamento social, o uso de máscara e a higienização das mãos são medidas preventivas fundamentais", lembra a Dra. Fabianne Carlesse, infectologista pediátrica do Hospital do GRAACC - referência no tratamento de casos de alta complexidade de câncer infanto-juvenil.
Existe também uma crença inverídica de que pessoas mais jovens não precisam se preocupar com o coronavírus. De fato, a resposta imunológica de crianças e adolescentes tende a ser maior. Mas, isso não os isenta dos riscos que uma contaminação por Covid-19 pode provocar.
Fora isso, também é necessário lembrar que, mesmo quem é mais jovem pode ter algum tipo de comorbidade e, dessa maneira, integrar o grupo de risco para doenças respiratórias.
"Estudos recentes em pacientes pediátricos com câncer demonstram a importância e a gravidade da Covid-19 nesse grupo. Aumentar a cobertura vacinal permite que doenças infectocontagiosas não circulem e não se propaguem rapidamente. Por isso, a vacinação se torna indispensável para todos, principalmente em pacientes imunossuprimidos, devido à baixa imunidade", explica Carlesse.
Esquema da vacinação de crianças no Brasil
Ontem (13), quase um mês após a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizar a aplicação de vacinas da Pfizer em crianças no Brasil - no dia 16 de dezembro - o primeiro lote de imunizantes pediátricos desembarcou no aeroporto de Viracopos, em Campinas-SP.
A expectativa é de que os estados recebam as vacinas até hoje e, dessa maneira, iniciem a aplicação em crianças de 5 a 11 anos de idade. Segundo o Ministério da Saúde, através, do PNO (Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19), o intervalo de aplicação das duas doses deverá ser de oito semanas e a presença dos responsáveis é obrigatória. Caso não seja possível, é necessário autorizar a imunização com um termo de consentimento assinado por eles.
Ao contrário do que alguns imaginam, não será necessário apresentar receita médica para vacinar as crianças. O frasco, a dosagem e a composição dos imunizantes pediátricos são diferentes dos tradicionais e ainda não é possível determinar se os pequenos vão precisar de uma dose de reforço. Tudo depende de como o cenário da pandemia vai evoluir. Confira como será a ordem de prioridade entre os jovens de 5 a 11 anos:
-Indivíduos com deficiência permanente ou comorbidades;
-Indígenas e quilombolas;
-Crianças que dividem o lar com pessoas que possuem alto risco de evolução para a versão grave da Covid-19;
Após isso, a ordem da vacinação de crianças será de acordo com a faixa etária. Dos mais velhos, para os mais novos, divididos nos seguintes grupos:
-10 e 11 anos;
-8 e 9 anos;
-6 e 7 anos;
-5 anos.
Importante: esses dados correspondem a uma nota técnica divulgada pelo Governo Federal no início de dezembro. Ainda não é possível afirmar que todos os estados vão adotar o mesmo plano de imunização contra a Covid-19.
Walton Carvalho
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