O Tribunal do Júri de Samambaia, Distrito Federal, condenou, nessa segunda-feira (18/4), André Soares Ferreira, 39 anos, a quase três décadas de reclusão por matar, mutilar, carbonizar e beber o sangue de Antônio Carlos Pires de Lima, 33. Por todos os crimes, foi condenado a 28 anos de reclusão, 1 ano e 6 meses de detenção e 30 dias-multa, em regime inicial fechado.
Ocorrido na região de Samambaia Norte, em 4 de outubro do ano passado, a barbárie reduziu o corpo da vítima a 419 fragmentos ósseos que estavam carbonizados. Houve um intenso trabalho de investigação, perícias de local e laboratoriais, além da utilização de uma série de técnicas científicas para determinar a dinâmica do assassinato brutal e esclarecer os detalhes do crime.
Os jurados aceitaram as qualificadoras apresentadas pela Promotoria de Justiça do tribunal: motivo fútil e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. O réu confessou ter alterado a cena do crime para dificultar a investigação. A destruição de cadáver foi caracterizada pelo fato de o criminoso ter carbonizado completamente o corpo da vítima.
O crime
Os restos mortais da vítima foram encontrados em um terreno baldio na região de Samambaia Norte. O delegado adjunto da 26ª Delegacia de Polícia, Rodrigo Carbone – que conduziu as investigações –, diz que a vítima foi morta enquanto dormia em um sofá que estava na casa abandonada, palco do crime. “Apuramos que a vítima foi morta a golpes de tesoura e teve a boca tampada pelas mãos do autor, que usava uma luva de motociclista”, detalhou.
Desafio a polícia
Articulado e conhecedor de termos jurídicos, o autor do crime chegou a desafiar os policiais enquanto prestava depoimento na delegacia. André afirmou que teria proteção espiritual para escapar e não responder criminalmente pelo homicídio com ritual maligno. “Vamos ver quem tem mais proteção”, disse André Soares aos investigadores.
O assassino, que inicialmente negou as acusações, afirmou que, de fato, gostava de andar usando uma capa e uma cartola. Ele ainda teria uma faca do tipo peixeira e uma tesoura com o cabo dourado, a mesma usada para matar a vítima. De acordo com informações policiais, o catador de material reciclável teve partes do corpo decepadas e depois queimadas.
Da Redação
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