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  06:38

Cães e gatos de rua: risco de saúde pública em Campo Maior

 Cães vivendo nas ruas no centro de Campo Maior

Campo Maior possui cerca de 50 mil habitantes e é uma das principais cidades do norte do Estado do Piauí. Um fator comum  e preocupante em todas as cidades do Estado e que se acentua com o crescimento populacional é a alta incidência de cães e gatos de rua. São animais que não têm uma família para chamar de sua e, portanto, vivem ao relento, se abrigando nas fachadas das lojas, perambulando pelas ruas dos bairros, buscando comida nas imediações do Mercado Central e revirando latas de lixo em busca de saciar a fome. Tais animais não são devidamente vacinados o que potencializa o risco de zoonoses como a cinomose, a raiva e o calazar, sendo que estas duas últimas são transmissíveis aos seres humanos.

Um outro fator preocupante é o fato desses animais não serem castrados e estarem procriando constantemente, aumentando a população e o sofrimento desses indivíduos soltos nas ruas.

Para os integrantes do projeto @adotecm, que realiza ações para promover a castração e a adoção de animais de rua, uma boa iniciativa do poder público municipal seria olhar como exemplo os municípios que já possuem políticas em favor desses animais, como Picos, Floriano, Parnaíba e Oeiras, municípios que oferecem serviços gratuitos como a castração, que ajuda a diminuir a quantidade desses animais na rua e consequentemente a dominuir o sofrimento dos mesmos.

“Seria muito interessante Campo Maior ter um ponto de atendimento veterinário para pessoas que não têm condições de pagar por uma consulta. Muita gente demonstra interesse em cuidar de um animalzinho de rua ou de seu próprio pet acometido por alguma enfermidade, mas não têm condições financeiras. Campanhas de conscientização e orientação, no sentido de que as pessoas não deixem seus animais soltos, correndo risco de contrair uma zoonose, ser atropelados ou procriar de forma indiscriminada também são bastante necessárias. Muito importante também é o incentivo à vacinação desses animais, não somente contra a leishmaniose, mas também com outros tipos de vacina, mesmo aquelas que a prefeitura não disponibiliza, pois, obviamente, é sempre menos dispendioso e doloroso prevenir do que tratar”, destacou uma das voluntárias do projeto.

 Campo Maior ainda não possui um centro de zoonoses que possa atender notificações de animais atropelados ou doentes, ou recolher animais silvestres que eventualmente surgem na zona urbana. Existe um serviço disponibilizado pela própria secretaria municipal de saúde, mas ainda é bastante tímido e pouco conhecido da população em geral. Segundo o vereador Wilson Andrade, um indicativo de lei foi apresentado ao executivo municipal dispondo sobre o controle de natalidade de cães e gatos e uma reunião foi realizada há alguns dias com o prefeito Antônio Félix, alguns vereadores e representantes da causa animal de Campo Maior para tratar sobre o assunto.

A vereadora Michelle Maroca também nos informou que na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2023 consta a previsão de destinação de verbas para a construção do centro de zoonoses, mas infelizmente ainda não há nada de concreto nesse sentido. 

Na ausência do poder público resta aos amantes da causa animal e à população em geral cobrarem por essas ações e fazer o que estiver ao seu alcance em favor desses bichinhos de rua.

 

 

Walton Carvalho

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