Um enfermeiro que passou dois anos prestando serviços no Instituto Bíblico de Brasília, na Asa Norte, entregou à Arquidiocese de Brasília dossiê com vários vídeos e conversas no WhatsApp revelando que o local sagrado foi transformado numa espécie de motel pelo padre Brás Costa.
Apesar de o caso não configurar crime no Código Penal Brasileiro, a prática fere o Código de Direito Canônico da Igreja Católica e abala a confiança dos fiéis que acompanhavam as missas celebradas pelo sacerdote.
Ao tomar conhecimento do escândalo, o arcebispo de Brasília, dom Paulo Cezar Costa, enviou nota dizendo que sua “decisão é contrária à permanência do padre Brás no território da Arquidiocese de Brasília”.
Chantagem, coação, ameaças e a garantia de emprego em troca de transas profanas movimentavam a rede sexual mantida dentro do instituto entre 2019 e 2021, segundo um ex-funcionário revelou à reportagem. O enfermeiro relatou que começou a ser “agradado” por Brás Costa, então conselheiro e professor de hebraico e latim da unidade durante esse período. O Instituto Bíblico encerrou suas atividades no último dia 12 e, desde então, o religioso exercia suas funções eclesiásticas numa paróquia do Riacho Fundo.
O profissional de saúde contou que as primeiras abordagens vinham acompanhadas de elogios ao seu corpo atlético, além de apalpadas nos braços, nas nádegas e até no pênis dele. “Além do padre Brás, quase todos os seminaristas do instituto sabiam e muitos participavam das sessões de sexo. Eu acabei cedendo às investidas”, disse o rapaz, que é bissexual.
Pressão
De acordo com o enfermeiro, havia uma espécie de pressão para que ele cedesse aos joguetes sexuais conduzidos pelo religioso. “Ficava muito claro que eu poderia perder o meu emprego caso não aceitasse. Acabei mantendo relações sexuais com esse padre durante dois anos. Isso acabou com a minha vida: tive depressão e até tentei suicídio”, relatou.
Ele ainda revelou que não havia dia nem hora para realizar os desejos sexuais do clérigo. As transas ocorriam dentro dos quartos, nos banheiros, corredores e até depois da celebração de missas, sempre dentro do prédio cristão. “Tudo era combinado pelo WhatsApp e, em alguns momentos, eu recebia dinheiro do padre Brás.”
Imagens do padre durante cerimônia religiosa
O que diz o padre
Procurado para comentar as denúncias, o padre Brás Costa negou que tivesse mantido relacionamento sexual com o enfermeiro dentro ou fora do Instituto Bíblico de Brasília. Segundo o pároco, o rapaz tentou chantageá-lo. “Ele prestou serviço no instituto e, há alguns meses, quis me extorquir com essas fotos. Como não cedi, ele procurou a imprensa”, defendeu-se.
Confrontado com o vídeo em que ele elogia o pênis do enfermeiro, o padre respondeu à coluna que “só disse que [o pênis dele] era bonito”. Em seguida, o pároco encerrou a conversa, garantindo que colocaria seu advogado em contato com a equipe do portal.
FONTE: METRÓPOLES
Da Redação
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