Um assaltante armado invadiu a Universidade Federal do Piauí (UFPI), em Teresina, durante as aulas que aconteciam na noite dessa quinta-feira (22). Cerca de 25 alunos e uma professora foram trancados dentro de uma sala da instituição, no Centro de Ciências da Educação (CCE), e tiveram pertences roubados.
Em nota, a UFPI lamentou o ocorrido e informou que, por meio da Coordenadoria de Segurança e Vigilância, atua com quase 200 vigilantes. A instituição destacou que, em horários de pico, as medidas de segurança são intensificadas com viaturas e motos, que fazem rondas no campus.
A universidade ressaltou ainda que está providenciando a instalação de um número maior de câmeras e a intensificação do monitoramento das entradas de acesso às unidades de ensino; além da interlocução com o Governo do Estado e demais órgãos competentes (confira a nota completa ao fim da reportagem).
A estudante do curso de pedagogia Clara Nascimento, de 23 anos, estava na sala de aula onde ocorreu o crime. Segundo ela, o assaltante chegou ao local por volta das 20h, parou em frente à porta e ordenou que a professora recolhesse objetos e aparelhos eletrônicos dos alunos.
"Entrou na sala dando boa noite, mas logo em seguida pediu que todos baixassem a cabeça e que a professora recolhesse os pertences. Porém ele não aguardou que todos fossem recolhidos, [ficou] falando palavras de ordem e amedrontando. Cinco pessoas perderam os celulares e joias", contou.
"Ele falou que a UFPI estava tomada, que só poderíamos sair depois de 30 minutos e nos trancou por fora, nos deixando presos e apavorados. Uma turma que é 90% composta por mulheres, e que a professora também já é de idade", relatou.
De acordo com a estudante, a turma permaneceu presa na sala de aula por aproximadamente 15 minutos e conseguiu sair somente depois que uma aluna, que não teve o celular roubado, ligou para o pai. O homem foi à universidade e acionou um funcionário para remover o cadeado.
Após o ocorrido, com receio, a turma solicitou aos professores da instituição o retorno das aulas remotas. Segundo eles, o clima é de insegurança.
"Não confio mais em estudar na UFPI à noite. É uma situação que nós, alunos, não estamos nos sentindo à vontade. Estamos solicitando aos professores que encerrem o período por meio de aulas online. Caso os professores aceitem, essa próxima semana iremos realizar as atividades de forma remota", pontuou.
Centro de Ciências da Educação, na Universidade Federal do Piauí (UFPI) — Foto: Divulgação/UFPI
Assustada, outra estudante, que teve um relógio e um anel de ouro roubados e preferiu não ser identificada, decidiu pedir transferência de turno depois do episódio.
"A gente pensou que ele ia fazer uma divulgação quando anunciou o assalto. Mandou todo mundo ficar calado e de cabeça baixa. Eu tava com torcicolo, não conseguia baixar a cabeça e ele gritava, gritava. Eu escutava as pessoas chorando".
"Não vou estudar mais à noite, vou trocar pra tarde. Me sinto totalmente insegura. Durante todo esse tempo na UFPI, estamos no 5º período, não tinha acontecido nada dentro da sala de aula. Eu tô nervosa, sem dormir, mesmo à base de remédio. Meus colegas estão na mesma situação, muitos com crise de ansiedade. Hoje a maioria faltou trabalho, estágio", declarou.
A Polícia Militar esteve no local, mas informou que as investigações devem ser feitas pela Polícia Federal. Ao g1, a Polícia Federal afirmou que não foi notificada da situação.
Confira a nota completa da UFPI
A Universidade Federal do Piauí (UFPI) informa que mantém ações permanentes para garantir a segurança da comunidade acadêmica, não medindo esforços nesse sentido. No campus de Teresina, a Coordenadoria de Segurança e Vigilância atua com quase 200 profissionais, entre vigilantes desarmados e armados, efetivos e terceirizados. Em horários de pico, as ações se intensificam com duas viaturas e três motos que fazem rondas no campus.
Além disso, são realizadas rondas frequentes por viaturas da Polícia Militar, parceria sempre valorizada pela atual gestão da Universidade. A limpeza de espaços e vias e a manutenção da iluminação se somam às ações voltadas ao conforto e segurança da comunidade acadêmica.
A UFPI lamenta o ocorrido no Centro de Ciências da Educação (CCE) e se solidariza com seus professores, estudantes e servidores técnico-administrativos, ao tempo em que reafirma o compromisso em permanecer atuando em prol do bem-estar de seus públicos.
Nesse sentido, providências já estão sendo adotadas, com medidas como: reforço das atividades de segurança no campus; instalação de um número maior de câmeras na Universidade; intensificação no monitoramento das entradas de acesso às unidades de ensino; interlocução com o Governo do Estado e órgãos competentes, a exemplo da Polícia Militar.
Como espaço democrático e sendo o Campus Ministro Petrônio Portella cortado por várias vias de uso público na cidade de Teresina, a UFPI esclarece que as medidas adotadas respeitam esse contexto, valorizando o diálogo com as esferas representativas na Instituição e trabalhando em atuação conjunta com os órgãos do setor de segurança no Estado.
Da Redação
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