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  13:47

Membro de facção é preso no RJ suspeito de matar adolescente encontrada enterrada no Piauí

 Adolescente Tatiana Graziela foi vítima de afogamento ou estrangulamento em Teresina, diz polícia — Foto: Reprodução/TV Clube

Três pessoas foram presas nesta sexta-feira (28) suspeitas pelo assassinato da adolescente Gizele Vitória Silva Sampaio ocorrido em março de 2021. As prisões aconteceram na cidade de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, e em Teresina, no Piauí.

LEIA MAIS - Corpo de adolescente desaparecida há 05 dias é encontrado em cova rasa em Teresina

As prisões aconteceram durante a "Operação Sereia", o apelido pelo qual a vítima, Gizele Vitória, de 16 anos, era conhecida. A jovem desapareceu na madrugada de dia 8 de março de 2021. Ela foi encontrada morta em uma cova rasa na margem do rio Poti, na Zona Norte de Teresina, em 22 de maio do mesmo ano.

Segundo a investigação, o suspeito preso no Rio de Janeiro, com quem Gizele teria um relacionamento, pegou a vítima em casa por volta da 1h no dia 8 de março. Foi a última vez que Gizele foi vista pela família.

Gizele foi então levada para uma região às margens do rio Poti, no bairro Mocambinho, onde foi obrigada a cavar a própria cova. Em seguida, foi torturada, assassinada e enterrada no local.

Local onde foram encontrado o corpo de Gizele Vitória Sampaio, de 16 anos, em Teresina — Foto: Divulgação/PM-PI

Segundo a delegada Nathália Figueiredo, da Delegacia de Feminicídio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Gizele dizia ser membro da de uma facção e foi assassinada pelo rapaz com quem se relacionava porque ele fazia parte da facção rival.

"Algumas testemunhas nos informaram que Gizele dizia ser membro da facção. A gente não sabe se de fato ela fazia parte ou se usava isso como forma de se afirmar. Era uma adolescente, inexperiente, não sabia onde estava se metendo", comentou.

Um dos outros dois suspeitos por participação na morte da adolescente foi preso na Zona Norte de Teresina. O terceiro já se encontrava preso, por participação em outro homicídio.

Ainda segundo a delegada Nathalia Figueiredo, o assassinato de Gizele teria sido cometido pelo mesmo grupo de pessoas envolvidas nas mortes das adolescentes Joyce Ellen, de 16 anos, Maria Eduarda, de 17, e de Valdirene Melo de Jesus, de 27 anos. As quatro jovens eram amigas, e foram mortas da mesma forma: foram torturadas e enterradas.

"A facção passa a imagem de poder, tanto financeiro como influência. Elas se ludibriam, se relacionam com essas pessoas, esses homens envolvidos na criminalidade", disse a delegada.

Local onde foram encontrado o corpo de Gizele Vitória Sampaio, de 16 anos, em Teresina — Foto: Reprodução/WhatsApp

 

'Cadê o meu filho? Vão me matar!'

Gizele desapareceu em 8 de março, após sair da casa da avó, na Zona Norte de Teresina. No último contato que a adolescente fez com a família, por mensagens, ela afirmou que seria morta e pediu para ver o filho, de 2 anos.

"Cadê o meu filho? Vão me matar", foi a mensagem enviada por ela, segundo a mãe.

A família de Gizele contou ao g1 que percebeu mudanças no comportamento da menina meses antes do desaparecimento. A adolescente demonstrava estar angustiada e com medo. Ela havia revelado à mãe que estava sofrendo ameaças de morte, mas não quis dar detalhes sobre quem a estaria ameaçando ou por quais motivos.

O corpo de Gizele foi encontrado 76 dias depois, em uma cova próximo ao dique do Rio Poti na região do bairro Mocambinho. O local ficava próximo de onde foi encontrado o corpo de Valdirene Melo de Jesus, que foi morta com um tiro na cabeça no dia 12 de abril.

Quatro jovens mortas e enterradas

Entre março e abril de 2021, cinco jovens desapareceram de suas casa e foram, dias depois, encontradas enterradas em covas rasas. Duas delas foram localizadas na margem do rio Poti, em Teresina, e as outras duas nas margens maranhenses do rio Parnaíba, em Timon (MA).

A primeira a desaparecer foi Gisele, em 8 de março. Ela deixou a casa da avó, na Zona Norte de Teresina, em um carro preto onde estaria o namorado dela, preso nesta sexta-feira (28) no Rio de Janeiro. No último contato que a adolescente fez com a família, por mensagens, ela afirmou que seria morta e pediu para ver o filho, de 2 anos. "Cadê o meu filho? Vão me matar", disse.

O segundo crime a vir à tona foi o assassinato de Valdirene Melo de Jesus, de 27 anos, achada morta em 12 de abril. Ela era vizinha da mãe de Gisele, mas a família não sabe se ela tinha uma relação próxima com a adolescente.

Dias depois, em 21 de março, Joyce Ellen, de 16 anos, e Maria Eduarda, de 17 anos, foram encontradas mortas em Timon, no Maranhão. Joyce e Gisele moravam em bairros próximos, na Zona Norte de Teresina, e eram muito amigas, de acordo com a família de Gisele.

“Elas eram muito próximas, andavam juntas há muito tempo, gostavam de ir pra festas juntas. Giselle chegou a ir na festa de aniversário de 15 anos da Joyce e a mãe da Joyce seria madrinha do filho da Gisele. A gente acredita que elas [Joyce e Maria Eduarda] foram mortas porque sabiam algo sobre o desaparecimento da Giselle”, disseram familiares da garota.

Um vídeo que circulou nas redes sociais mostrava Joyce e Maria Eduarda cavando uma cova, enquanto uma mulher perguntava: "Quem foi que pegou a irmã? A Sereia?".

Cemitério clandestino

Pelo menos três jovens assassinadas foram encontradas enterradas na mesma área, uma região próximo à margem do rio Poti, no bairro Mocambinho, na Zona Norte da capital: Gizele Vitória, Valdirene Melo e Tatiana Graziela Santos Rodrigues de Jesus, de 16 anos.

No dia 6 de abril, três pessoas foram presas suspeitas pelo assassinato de Tatiana Graziela. Segundo a delegada Nathalia Figueiredo, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a morte de Tatiana teria acontecido porque a jovem transitava entre regiões da cidade que eram dominadas por facções criminosas rivais.

"Não há nenhum elemento que indique que a Tatiana fazia parte de alguma facção. O que sabemos é que ela morava num bairro que é dominado por uma facção, frequentava outro que é de uma facção rival...", comentou a delegada.

Na época, um vídeo circulou nas redes sociais e mostrava a jovem, com o rosto machucado, sendo identificada por um homem como “Grazi do Torquato Neto”, em referência ao conjunto residencial Torquato Neto, na Zona Sul da capital, onde encontrou a mãe pela última vez.

Fonte/Créditos: g1 Piauí

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