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  08:28

Acusado de estuprar e assassinar estudante da UFPI em Teresina vai a júri popular

 

O mestrando Thiago Mayson Barbosa, de 28 anos, vai a júri popular pelo estupro e assassinato da estudante de jornalismo, Janaína Bezerra da Silva, de 22 anos.

A pronúncia do réu, feita pelo juiz Antônio Reis de Jesus Nollêto, da 1ª Vara do Tribunal do Júri da comarca de Teresina, aconteceu no dia 24 de maio, quatro dias antes da morte da jovem completar quatro meses, no domingo (28).

Ainda não há data definida para o julgamento. Janaína foi morta em uma sala de estudo do curso de matemática da Universidade Federal do Piauí (UFPI) na madrugada do dia 28 de janeiro, durante uma calourada. Thiago Barbosa está preso na Cadeia Pública de Altos desde o flagrante, no mesmo dia do crime.

O inquérito policial do caso foi concluído em nove dias, a denúncia foi feita pelo Ministério Público no dia 14 de fevereiro e foi aceita pela Justiça no dia 17 do mesmo mês.

O acusado foi citado pela Justiça no dia 24 de fevereiro, tornando-se réu pelos crimes praticados contra Janaína. A defesa dele teve dez dias para se manifestar e, em seguida, o caso voltou à Justiça, que marcou a audiência de instrução e julgamento para o dia 24 de maio.

O caso corre em segredo de Justiça, por isso não há detalhes sobre sessão. Contudo, habitualmente, nessa audiência são ouvidas testemunhas e o próprio acusado. Em seguida, o juiz decide se o caso realmente vai para o Tribunal do Júri, como foi o caso. O réu ainda pode recorrer.

Estupro e morte de Janaína Bezerra

Janaína da Silva Bezerra, 22 anos, foi estuprada e assassinada na madrugada do dia 28 de janeiro, sábado, durante uma festa de calourada ocorrida no espaço do Diretório Central dos Estudantes (DCE), no campus de Teresina, na Universidade Federal do Piauí (UFPI).

O suspeito do crime, Thiago Mayson da Silva Barbosa, 28 anos, segue preso. Ele é estudante do mestrado em matemática da instituição e foi encontrado com a jovem desacordada nos braços na manhã do dia 28 de janeiro por um segurança da instituição, que conduziram a vítima e o suspeito ao Hospital da Primavera.

No hospital, a equipe médica relatou que ela já chegou sem vida. O laudo do IML constatou que ela sofreu estupro e morreu em decorrência de ter tido o pescoço quebrado, o que pode ter acontecido por torção ou tentativa de asfixia.

Thiago Mayson foi preso em flagrante e, durante o depoimento, ele alegou que viu Janaína na calourada e que a convidou para uma sala do mestrado em Matemática. Segundo ele, a jovem aceitou o convite e os dois mantiveram relação sexual consentida. 

Pouco tempo depois, o processo que apurava a morte da estudante universitária foi posto em segredo de justiça.

Conclusão do inquérito

Após a conclusão do inquérito policial, Thiago Mayson foi indiciado pelo crime de homicídio duplamente qualificado. O indiciamento também inclui os crimes de estupro, vilipêndio de cadáver (violência após a morte) e fraude processual, já que foi constatado que o suspeito tentou ocultar provas do crime.

As qualificadoras para o crime de homicídio são formas de somar outros crimes na acusação para aumentar a pena. No caso de Thiago Mayson, dois pontos foram considerados agravantes: emprego de meio cruel (já que ela morreu em decorrência de uma asfixia em que teve o pescoço quebrado) e por feminicídio (considerando a condição de mulher da vítima).

A delegada Natália Figueiredo, responsável pela investigação do caso, revelou que Thiago Mayson praticou violência sexual contra a estudante quando a jovem já estava morta. Ele chegou a fazer fotos da vítima durante o estupro, enquanto ela sangrava.

Revolta e indignação

O estupro e morte de Janaína Bezerra gerou revolta e indignação aos estudantes e professores da UFPI. Dois dias após o crime, no dia 30 de janeiro, alunos, professores, servidores, amigos e familiares da vítima se reuniram em protesto.

Centenas de pessoas compareceram ao ato que aconteceu em frente à reitoria da instituição. Com cartazes, os manifestantes demonstraram revolta pelos crimes praticados contra a jovem.

No mesmo dia, foi realizada uma vigília na UFPI. Bastante emocionada, a mãe de Janaína, Maria do Socorro Nunes, cobrou por justiça pela morte da filha.

 

No dia 31 de janeiro, estudantes da UFPI e representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) ocuparam a reitoria da instituição. Os estudantes pediam o posicionamento do reitor Gildásio Guedes sobre o caso de Janaína Bezerra.

 

Fonte/Créditos: g1

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