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  17:20

Família é presa por tráfico, agiotagem e extorsões no Piauí

 Foto: Divulgação/SSP-PI

Uma família suspeita de tráfico, agiotagem e extorsões foi alvo da Operação "Juros Altos", do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), deflagrada na manhã desta quarta-feira (21) no Sul do Piauí. Ao todo, seis pessoas foram presas e a polícia divulgou áudios com ameaças feitas pelos presos.

Alguns dos investigados, segundo o Draco, possuem ligação direta com uma organização criminosa que cobra dívidas relacionadas ao tráfico de drogas e a empréstimos com juros abusivos mediante uso de extrema violência.

Veja alguns trechos dos áudios:

• "Se tu não vier me acertar, vou mandar os 'caba' do PCC atrás de tu e na hora que eu te ver, tu vai ver, entendeu?", diz um dos suspeitos em um dos áudios divulgados pela polícia, em ameaça a um devedor.

• "Seu *, você tem que pagar meu dinheiro, por causa que você tem moto, tem carro, tem que pagar, seu vagabundo. Você não tá mexendo com nenhum moleque, eu 'tô na sua casa aqui. E vai dar problema nós dois, porque perder meu dinheiro eu não 'perdo', entendeu?", disse.

• "Vamos montar uma gangue, uma desavença, é o terror. É uma guerra, guerra, chama guerra. Ele tá juntando uma 'máfia' de noia e nós também somos pesados, então vai virar uma guerra, e na hora que nós nos estranhar, todo mundo morre", diz o homem em outro áudio.

Ao todo, 11 mandados de prisão e 13 de busca e apreensão foram cumpridos em São Raimundo Nonato, Teresina, Timon (MA) e São Paulo (SP). Conforme o Draco, os investigados estão envolvidos em crimes como organização criminosa, usura, extorsão, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

A investigação determinou que o núcleo criminoso familiar contava com funções estabelecidas e distintas, executadas por diferentes suspeitos. Eles estão identificados abaixo pelas iniciais de seus nomes:

J. O. G.: principal responsável pela lavagem de dinheiro, utilizava-se de agiotagem e extorsão para dissimular os recursos oriundos de atividades criminosas;

I. G. O.: companheira de J. O. G., atuava na ocultação de patrimônio e administração dos recursos ilícitos;

D. G. O. (vulgo "Tan Tan"): envolvido na aquisição e ocultação de veículos de luxo, usados para camuflar o enriquecimento ilícito;

T. O. G.: executor das ordens do grupo, conhecido por sua violência extrema nas ações de cobrança de dívidas;

L. G. O. (vulgo "Cabeludo"): líder local da organização, comandava as operações de cobrança com uso de ameaças e violência;

J. F. S.: esposa de L. G. O., intermediária nas transações financeiras ilícitas.

De acordo com a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), o grupo familiar utilizava dinheiro de uma facção criminosa, obtido por meio do tráfico de drogas, para realizar empréstimos clandestinos a juros elevados.

Posteriormente, por meio da estrutura criminosa da facção, os suspeitos agiam com violência e grave ameaça na cobrança de valores e juros. Esse dinheiro ilícito era depositado em contas bancárias de familiares dos investigados e usado para aquisição de veículos de luxo.

O grupo criminoso movimentou grandes quantias nos últimos anos. Um total de 24 medidas cautelares bloquearam bens e valores em dinheiro - cerca de R$ 2,5 milhões - e apreenderam veículos de luxo registrados em nome de terceiros.


 

Com informações do G1

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