O sargento do Corpo de Bombeiros do Piauí, Gilvan de Freitas Rodrigues, tornou-se réu na Justiça pela acusação de agredir a ex-companheira, a jornalista Yara Ataíde. O juiz Iran Kurban Filho, da 3º Vara Criminal de Timon, no Maranhão, recebeu a denúncia do Ministério Público e proferiu decisão na terça-feira (14).
"Cite-se o réu para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias, cientificando-o de que na resposta poderá arguir preliminares e alegar tudo o que for de seu interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário", afirmou o magistrado.
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A vítima denunciou que foi agredida durante sete anos enquanto esteve em um relacionamento com o sargento. Ela usou as redes sociais para comentar sobre o caso e ainda questionou o posicionamento da corporação diante da situação. Ela contou que já havia formalizado denúncias contra o homem, mas que o caso foi ignorado pela corporação. “O Corpo de Bombeiros do Estado do Piauí quando dei entrada no primeiro processo fez vista grossa contra minha denúncia e agora que tenho vídeos, fotos etc … vão aceitar agressor na corporação?” relata.
Um vídeo divulgado pela própria vítima nas redes sociais mostra o momento que ela é atingida com um soco no rosto dentro da casa onde eles moravam. Posteriormente ela mostra uma foto com os hematomas. A agressão teria ocorrido em julho deste ano, conforme as imagens da câmera de segurança.
Em áudios divulgados nas redes sociais, o sargento do Corpo de Bombeiros do Piauí, Gilvan de Freitas Rodrigues, ameaçou a ex-companheira. Ele declarou que se for prejudicado Yara e seus filhos também serão. “Tu esquece que se, por acaso, eu perder a minha farda eu vou prejudicado e teus filhos vão junto, tu vai junto. Hoje tu esquece isso aí, né? Mas fica a vontade, vai embasada, viu? Que agora pode virar o feitiço contra o feiticeiro. Vai embasada”, declarou. (Clique aqui e ouça o áudio)
Na época, o CBMEPI esclareceu que foi determinada a abertura de um procedimento administrativo para apurar a conduta do militar, tanto no âmbito de suas funções dentro da corporação quanto em sua vida social.
"Reiteramos que qualquer comportamento que atente contra a dignidade da pessoa humana não reflete os valores do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí. Não apoiamos, incentivamos ou compactuamos com qualquer tipo de violência. O CBMEPI reafirma seu compromisso com os direitos humanos, com a proteção da integridade das mulheres e com a promoção de uma sociedade segura, baseada no respeito, dignidade e acolhimento, que são deveres de todo agente de segurança pública", diz.
Fonte: A10+
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