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  23:40

Sem velório, vítimas de chacina são sepultadas em Alegrete do Piauí

Cinco foram sepultados no terreno particular da família em Alegrete do Piauí. Outra vítima foi enterrada no cemitério do povoado onde o crime aconteceu.

 

As seis pessoas mortas da mesma família na chacina em Alegrete do Piauí foram sepultadas na madrugada desta quinta-feira (20) no povoado Boa Vista, local onde o crime aconteceu. Os corpos só deixaram o Hospital Justino Luz em Picos no final da noite de quarta-feira (19) e o velório durou apenas 10 minutos.

 

Cinco pessoas foram enterradas no terreno particular da família: Cícero Domingos de Carvalho e Francisca Luiza de Carvalho, ambos de 63 anos, a filha Sílvia Francisca de Carvalho, 43 anos, o filho adotivo Sildo Cícero de Carvalho, a neta Maria do Socorro de Carvalho, 23 anos, esta apontada pela polícia como alvo principal dos atiradores. A linha incial de investigação é de que o crime tenha sido motivado por vingança.

 

Bartolomeu Gomes de Carvalho - primo de Maria do Socorro – foi sepultado no cemitério do povoado. A imprensa não teve acesso aos funerais. Familiares ainda muito abalados com o crime evitam falar com os jornalistas.

 

Prisões
Ainda na tarde de quarta-feira a polícia prendeu cinco suspeitos de participação na chacina. De acordo com o secretário de segurança Fábio Abreu, existem indícios encontrados no local do crime que ligam os suspeitos aos assassinatos. Todos foram encontrados na região a partir da investigação da polícia colhendo informações com os vizinhos. Os presos são familiares das vítimas.

Segundo o secretário de segurança, Fábio Abreu, os suspeitos foram encontrados na região a partir da investigação da polícia colhendo informações na região e com os vizinhos.

A prisão temporária das cinco pessoas foi decretada pelo juiz da Comarca da cidade de Fronteiras.

 

Vítima era monitorada e acusada de dois assassinatos
Maria do Socorro de Carvalho vinha sendo monitorada pela polícia por ser suspeita de cometer dois assassinatos na região. Segundo o comandante geral da Polícia Militar do Piauí, Carlos Augusto, a jovem era investigada pelas mortes de um professor, no mês de junho de 2015, e de uma amiga dele, em 2012 no município de Padre Marcos.

 

 

O primeiro crime ocorreu em 2012, quando a jovem Siamara Ramos (foto abaixo), de 19 anos, foi morta em circunstâncias ainda hoje duvidosas numa estrada vicinal entre os municípios de Alegrete do Piauí e Padre Marcos. O motivo seria por as duas disputarem pontos de vendas de drogas na região.

 

 

O segundo crime ocorreu no mês de junho deste ano, onde a vítima o universitário George Francisco  de Carvalho, 20 anos, foi morto a tiros numa estrada vicinal que liga a sede de Alegrete ao povoado Pocinhos. George Ramos era professor e cursou junto com Maria do Socorro o curso de Teologia. "O professor era testemunha do homicídio cometido por Maria do Socorro e ia depor contra ela pela morte da amiga Cinara Ramos. 

 

 

O rapaz foi assassinado a tiros na manhã de domingo, 07 de junho de 2015, na comunidade Alegrete Velho, zona rural de Alegrete do Piauí. Ele trafegava numa estrada vicinal quando foi surpreendido com pelo menos dois tiros que lhe acertaram a cabeça e a região das costas. Ele foi encontrado caído por populares e conduzido ao Centro de Saúde de Alegrete do Piauí e posteriormente à Picos, mas não resistiu aos ferimentos e foi a óbito. George Francisco de Carvalho era natural da localidade Boa Vista e atuava como monitor do programa Projovem Campo.

 

Na semana passada, a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão na casa de Maria do Socorro de Carvalho, que chegou a ser conduzida à Delegacia de Alegrete. Na ocasião, Sildo Cícero de Carvalho, tio da mulher e também uma das vítima da chacina, assumiu ser o proprietário das cinco armas encontradas e liberado após pagar fiança.

 

Conforme a polícia, Sildo não tinha termo de posse legal das armas: três rifles e dois revólveres calibres 32 e 38 foram achados na casa.


"Ela já era envolvida com outras confusões. No entanto, todo o quebra-cabeça que envolve essa chacina só será montado quando a polícia descobrir quais os motivos para esses outros dois assassinatos nos quais a Maria do Socorro é suspeita de participação", falou o comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar de Picos, Wagner Torres.

 

Ainda de acordo com o comandante, a vítima da chacina era bem instruída, fazia o quarto período do curso de direito e era formada em pedagogia e teologia. Além dos dois homicídios, ela também era investigada pelo crime de tráfico de drogas.

 

"Sabemos que ela estava sofrendo ameaças, mas vamos aguardar a apuração da Polícia Civil, responsável pelo caso", destacou Carlos Augusto.

 

"Ela já era envolvida com outras confusões. No entanto, todo o quebra-cabeça que envolve essa chacina só será montado quando a polícia descobrir quais os motivos para esses outros dois assassinatos nos quais a Maria do Socorro é suspeita de participação", falou o comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar de Picos, Wagner Torres.

Vizinho ouviu disparos
Um agricultor vizinho da família contou ao G1 que no momento do crime chegou a ouvir os disparos e ao tentar sair de casa para ir até o local, foi contido pela mulher. Por medo, o homem não quis ter a identidade revelada.

 

"Poderia ter sido morto também. Eu ai lá tentar ajudar, mas a minha mulher não deixou, me segurou. Depois eu fui até lá e vi que a porta estava aberta e os corpos caídos no chão da sala. Foi horrível o que aconteceu", relatou. O agricultor disse que foi a primeira pessoa a chegar no local e acionar a polícia.

'Mandei meu filho para a morte', diz pai de vítima de chacina no Piauí
Uma atitude de preocupação com a familía terminou com a morte de um filho. Foi o que aconteceu com Francisco Domingos, pai de Bartolomeu Gomes 33 anos, uma das vítimas da chacina ocorrida em Alegrete do Piauí na terça-feira (18), e irmão de Cícero Domingos de Carvalho o patriarca da família assassinada. Ele percebeu uma movimentação estranha na casa dos parentes e pediu para o filho checasse o que ocorria. Pouco tempo depois, escutou uma sequência de tiros.


“Ao ver o carro (onde estariam os suspeitos), imaginei que alguém estivesse doente e pedi para meu filho checar o que estava acontecendo. Eu mal sabia que estava mandando meu filho para o caminho da morte”, disse o senhor, muito abalado e choroso.

 

Após escutar o barulho dos vários tiros, o idoso correu para a casa, que fica próxima à sua, e se deparou com seis corpos, incluindo o de seu filho. “Quando cheguei, já encontrei meu filho e mais cinco pessoas mortas. Foi uma cena horrível, parecia coisa de televisão”, afirmou, enquanto contava os detalhes para a Polícia Civil.

 

Outra testemunha, também vizinha e prima de Maria do Socorro de Carvalho, uma das vítimas da chacina, relatou que foram vários tiros e que pensou que os sons eram de fogos de artifício. “Escutei o barulho e achei estranho, pensei que eram foguetes. Fui até a porta da cozinha, percebi a movimentação e depois teve mais tiros”, contou ela, que não quis ser identificada.

 

‘MEU FILHO LEVOU CINCO TIROS, ELE IA SE CASAR’
“Os médicos lá fizeram a ‘cirurgia’ e tiraram cinco balas de dentro dele. Meu filho levou cinco tiros. É muita crueldade. Ele tinha dois filhos, um do primeiro casamento, e outro da esposa dele que morreu, agora ele morreu também. Meu filho era trabalhador, tinha a roça dele, a moto dele. Me falou que em janeiro de 2016 ia se casar, agora não vai mais”, revelou com emoção.

Chico Domingos mostra a família seputalda em terreno da família

Fonte: G1 e 180

Da Redação

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