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  16:02

Casos de estupros no Piauí são maiores que de homicídios

Foram 653 casos de estupros registrados no Piauí, enquanto que a quantidade de homicídios chegaram 643 em 2016

 Foto: Reprodução Jornal O DIA

Um crime silenciado. É assim que se pode definir o estupro no Piauí. Contrariando o que se observa rotineiramente, com os relatos de mortes violentas em diferentes regiões do Estado, os crimes de estupro apresentaram um número superior ao de homicídios durante o ano de 2016: foram 653 casos de estupros registrados no Piauí, enquanto que a quantidade de homicídios dolosos – quando há intenção de matar – chegaram 643 naquele ano.

Para se ter uma ideia da dimensão dos dados, a variação da taxa de estupro no Piauí entre 2015 e 2016 foi de 20,3%. Já para os crimes de homicídios dolosos, a variação foi de apenas 4,3% no mesmo período, ou seja, a taxa de estupros no Estado é 4,7 vezes maior que a taxa de mortes violentas. Quando a comparação é feita com os números de tentativas de estupro – crimes não concretizados – os dados são ainda mais alarmantes: a variação entre 2015 e 2016 foi de 35,2%, uma taxa oito vezes maior que os crimes de homicídio.

O que andou aumentando no Estado também foi o crime de latrocínio – roubo seguido de morte. Em 2015, o Piauí registrou 47 latrocínios e em 2016, 49. A variação é de 4%, uma das menores do Brasil. Já os números de lesão corporal seguida de morte registrou uma variação de 8,8% entre 2015 e 2016, subindo, as ocorrências, de 11 para 12 nos dois anos.Outro dado presente no Anuário Brasileiro de Segurança Pública diz respeito ao crime de feminicídio no Piauí, que chegou à casa das 67 ocorrências em 2015. Embora em 2016, este tipo de crime tenha reduzido em 19,4% e chegado às 54 ocorrências no Estado, este ainda é um dado considerado preocupante, se levar-se em conta as subnotificações.

“Estudando esses dados, podemos aplicar políticas públicas para conseguir reduzir todos os tipos de crimes violentos contra as mulheres, como o Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça e o Núcleo Investigativo do Feminicídio, além do Núcleo de Estudo e Pesquisa em Violência de Gênero e o Plantão de Gênero”, detalhou a delegada Thaís Paz, coordenadora do Núcleo de Estudo e Pesquisa em Violência de Gênero da Polícia Civil.

Fonte: Jorna O DIA

Por Otávio Neto

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