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  14:16

Família aguarda mais de 5 horas para retirada de corpo pelo IML em Campo Maior

 

Após ser noticiado pelo Em Foco sobre um grave acidente ocorrido na manhã desta segunda-feira (15/01) onde vitimou Silvestre da Silva Soares, trabalhador rural, que foi encontrado já sem vida na beira da PI-115 na altura da “Parada da Dona Branca” na zona rural de Campo Maior, um novo acontecimento, que demonstra a precariedade estrutural do Instituto Médico Legal e coloca em evidência as entranhas negligenciadas de um órgão à beira do colapso.

A novela é longa e vem se arrastando há vários dias, mas teve seu fato culminado na manhã de hoje: o corpo da vítima, que foi encontrado somente às 9 horas da manhã, teve seu corpo retirado da sarjeta apenas às 14h00, pois, dos dois carros tumbas disponibilizados pelo estado para a região norte do estado, que abrange aproximadamente 30 municípios e é responsável pela retirada dos corpos, somente um estava em funcionamento.

A demora na remoção do corpo causou uma série de dificuldades, sendo necessária a vigília da família da vítima que, indignados, se obrigaram a pedir auxílio à Polícia Civil do município, que prontamente fez o isolamento da área e a cercou na intenção de evitar os curiosos.

Além disso, fatores climáticos e ambientais, como a humidade e o calor, fizeram com o que o corpo tivesse seu processo de decomposição acelerado, apresentando um cheiro forte relatado pelos familiares e policiais mesmo após poucas horas do acidente.

Após a chegada do Instituto Médico Legal ao local, munidos do carro tumba e da polícia especializada, fora realizada a perícia, levando em consideração os possíveis fatores que causaram a morte da vítima e posteriormente tendo seu corpo encaminhado ao prédio órgão.

Em outra matéria já veiculada pelo Em Foco, o diretor do IML do Piauí, André Biondi confirmou que o órgão está operando apenas com um veículo, para recolher corpos na região norte do estado e que, no momento que foi solicitada a busca do corpo, o veículo estava atendendo outro município.

Em nota ao Em Foco, o Diretor de Polícia técnico-científica, Dr. Antônio Nunes, deu sua versão dos fatos:

“Campo Maior e uma regional e poderia ter carro-tumba. Mas Teresina também tem essa obrigação. No entanto, só temos um carro-tumba novo, em condições de ir para o interior, em todo o Estado e somente um motorista por plantão. Então, não há outra saída que não esperar. Já fizemos um projeto desde 2014 para compra de 10 carros-tumba para ficarem em Teresina e nas regionais de Perícia e aguardamos licitação. Também pedimos mais motoristas e estamos aguardando. Depende das condições financeiras do Estado e da autorização governamental de acordo com orçamento e possibilidades financeiras. Mas o projeto detalhado já fizemos e enviamos para a secretaria.”

Por Rafael Melo

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