A Polícia Civil indiciou, na manhã dessa quarta-feira (24), por falsa comunicação de crime a jovem de 19 anos de idade que registrou ocorrência em 8 de outubro em Porto Alegre-RS relatando ter sido marcada na barriga por um canivete. Segundo o relato da jovem, identificada apenas pela inicial L. ela usava uma mochila com um adesivo com a bandeira LGBT e os dizeres "ele não", contra o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL), quando foi abordada e agredida por três homens.
O inquérito foi concluído após o delegado Paulo Cesar Jardim receber o laudo pericial que indica que as lesões foram produzidas "ou pela própria vítima ou por outro indivíduo com o consentimento da vítima ou, pelo menos, ante alguma forma de incapacidade ou impedimento da vítima em esboçar reação".
Foram analisados 23 traços no corpo da mulher. Em alguns deles, a perícia diz que corresponderam a "arranhões".
Durante o exame de corpo de delito, ela disse "ter sido agredida, no dia anterior, por duas pessoas que a teriam imobilizado e por uma terceira que teria realizado uma inscrição em sua 'barriga'". Acrescentou "haver apenas uma lesão, a qual, segundo ela, teria o aspecto de uma 'suástica'".
De acordo com o delegado, mais de 20 pessoas foram ouvidas na região. "Toda a área que ela percorreu identificamos 12 câmeras, uma visão muito boa, ela não aparece, tampouco alguma agressão. A moça pode pegar pena de seis meses a um ano, estamos encaminhando ao Judiciário, ela é indiciada."
Uma suposta jornalista foi quem trouxe o caso a público. Página foi retirada do ar depois da revitavolta no caso
O delegado diz não ter dúvidas sobre o caso. "Para nós o laudo é bastante conclusivo. Ou houve um autoflagelo, ou foi com consentimento da vítima."
De acordo com a perícia, não há evidência de que a jovem tenha se defendido. O laudo diz ainda que as lesões formam “traçados retilíneos” e que a movimentação do corpo poderia ter prejudicado o desenho. “A figura poderia ser mais facilmente produzida com o consentimento ou com a colaboração da própria periciada. (...) Pode-se concluir que as lesões tenham sido produzidas cautelosamente, de modo a não causarem dano às camadas profundas da pele”.
O delegado responsável pelo caso diz que a jovem está em tratamento médico. "Hoje ela está em casa, ela é doente, debilitada, ela sofre alguns ataques de pânico, toma remédios fortíssimos. A advogada dela tem mantido contato permanente comigo, fala da situação clínica dela. Ela já fazia acompanhamento psicológico e psiquiátrico, e continua fazendo."
Da Redação
Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião desta página, se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.