O promotor Flávio Teixeira, da promotoria de José de Freitas, solicitou à Justiça o bloqueio de R$ 16 milhões do governo do estado para obras na Barragem do Bezerro, naquela cidade. O governo informou que uma obra está prevista para janeiro e que a demora ocorreu porque o governo aguarda liberação de recursos do Ministério da Integração.
Em abril deste ano, uma fissura no paredão obrigou centenas de famílias a deixarem suas casas por risco de rompimento. De acordo com o promotor, na época do problema, o governo aumentou a vazão do sangradouro, garantindo menor pressão na parede.
Segundo o diretor do Instituto de Desenvolvimento do Piauí (Idepi), Geraldo Magela, desde o episódio, a barragem recebe constante avaliação.
“Realizamos as ações emergenciais e hoje o local não oferece riscos. Logo em seguida, elaboramos um projeto que foi assinado pelo governador Wellington Dias [PT]. Ele foi enviado em junho ao Ministério da Integração Nacional. Estamos ainda no aguardo da liberação de recursos para recuperação total da barragem”, explicou.
Contudo, o promotor afirmou ter recebido uma foto de um morador da cidade que mostrava uma nova rachadura na parede da barragem. No início do ano, foi também um morador da cidade que fez o alerta sobre o risco do rompimento. Além disso, a população teme que o baixo nível de água no período de poucas chuvas cause problemas.
“Agora no período de seca não se acumula água suficiente e pode haver prejuízos com o pouco volume. E sem o reforço nas paredes, não dá pra acumular mais. O governo aguarda recursos, mas não dá pra aguardar, o período de chuvas vai começar”, informou.
O valor do pedido do bloqueio - R$ 16 milhões - consta, segundo o promotor, no projeto do governo, como o valor necessário para a obra que irá resolver o problema na barragem. O MP não dispõe de técnicos da área para fazer a devida avaliação sobre o projeto, mas o promotor diz que o que havia sido prometido, não foi feito.
“Desde então não houve prosseguimento, vai ficar tudo do mesmo jeito causando prejuízos e correndo o risco na época das chuvas”, disse.
Não há prazo para a Justiça responder a solicitação do MP.
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