O Promotor Eleitoral de Campo Maior, Marcondes Pereira de Oliveira, disse ao Em Foco nesta sexta-feira (13/11) que a ação praticada por algumas coligações na Região dos Carnaubais, de seguir candidatos adversários para, supostamente, evitar compra de votos, é crime, mas cada caso é um caso. O representante do Ministério Público foi questionado pela reportagem sobre o que deve ser feito por quem se sentir coagido.
O Em Foco já divulgou casos em Domingos Mourão e em Cocal, no norte do Piauí, onde políticos alegam que foram seguidos, coagidos e até agredidos por adversários enquanto faziam campanha, que é um direito de todos.
Na cidade de Domingos Mourão, um ex-prefeito chegou a disputar “racha” com motociclistas que seguiam um candidato.
Em Cocal, um candidato a vereador chegou às vias de fatos contra simpatizantes adversários que seguiam um aliado do candidato a vereador.
REGIÃO DOS CARNAUBAIS
Na região dos Carnaubais, na cidade de Castelo do Piauí, o atual prefeito Magno Soares (PT), que disputa a reeleição, chegou a acionar a polícia na última terça-feira, se dizendo seguido e intimidado por um ex-vereador do município. “Estou fazendo minha campanha. Eu Tenho direito” disse. O vereador negou que estivesse seguindo o candidato o chamou de mentiroso e cafajeste.
Na cidade de São João da Serra, também na região dos Carnaubais, a polícia militar também foi acionada esta semana, depois que motociclistas em atitudes suspeitas seguiam um dos candidatos a prefeito.
“Fomos acionados e constatamos que algumas pessoas estavam cercando o carro do candidato. Fizemos buscas e não encontramos armas e dispersamos. Eles disseram que estava ali para não deixar o candidato sair para não comprar votos. Mas todos podem andar a qualquer hora. Não tem esse negocio de não poder sair” disso sargento Alencar, da Polícia Militar.
Na cidade de Jatobá do Piauí, na eleição de 2012, a prática já era usada e uma pessoa acabou recebendo voz de prisão do então promotor de Campo Maior, Claudio Bastos, quando seguia candidatos adversários.
“O MP na esfera eleitoral é um fiscalizador, como os partidos políticos. O que fazemos são representações, mas os candidatos podem e devem fazer pedidos. Mas as pessoas tem que saber o limite da fiscalização. Não pode extrapolar os limites da realidade para evitar brigas” disse o Promotor Marcondes Pereira em Em Foco.
Ainda segundo o Promotor, às vezes nem é assunto para a justiça eleitoral. São crimes comuns. Uma pessoa pode atropelar o outro, agredir, se sentir agredido e ter uma reação.
“Cada pessoa tem que saber onde está se metendo. Não adianta recomendar bom senso para as pessoas. Não podemos evitar todo mal aos cidadãos. Temos competências compartimentadas com outros Promotores, outras esferas da justiça, com a polícia civil e militar. Vai depender o crime que a pessoa fez e cada coligação tem suas assessorias jurídicas para justamente saber onde recorrer em cada caso” concluiu.
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