A vacina contra a Covid-19 da China, da CanSino Biologics, é segura e induz resposta imune, apontam testes preliminares feitos na cidade de Wuhan, epicentro inicial da pandemia do coronavírus. O anúncio foi feito pelos estudiosos nesta segunda-feira, 20 de julho, no mesmo dia em que os cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, apresentaram resultados positivos da vacina produzida por eles. Os resultados foram publicados na revista científica The Lancet.
Segundo reportagem do portal G1, a pesquisa se refere à fase 2 de estudos da chinesa CanSino Biologics, que envolveu testes em 500 pessoas em Wuhan. O objetivo principal do estudo foi avaliar a resposta imune e a segurança para determinar a dose mais adequada para a fase 3, última dos testes. Os voluntários que desenvolveram resposta imune ainda não foram expostos ao vírus Sars-Cov-2, o novo coronavírus, para checar se a imunidade previne contra a Covid-19. Estudos da fase 3 já estão em andamento, informou o G1.
De acordo com a OMS, há 163 vacinas sendo testadas contra o coronavírus, sendo que 23 delas estão na fase clínica, que é o teste em humanos. Os números são do balanço mais recente da organização, com dados até 15 de julho.
Os autores deste estudo afirmam que é importante ressaltar que nenhum participante foi exposto ao vírus Sars-CoV-2 após a vacinação, portanto, não é possível determinar se essa candidata à vacina protege efetivamente contra a infecção por coronavírus no ambiente.
Cientistas chineses chegaram à fase clínica de testes – ensaios em humanos – em outras vacinas. Além desta produzida pela CanSino Biologics em colaboração com militares, há uma feita pela Sinovac, que será testada no Brasil, e outras duas desenvolvidas pela estatal China National Biotec.
"O estudo de fase 2 acrescenta mais evidências de segurança e imunogenicidade em uma população maior do que o estudo de fase 1. Este é um passo importante na avaliação desta vacina experimental em estágio inicial. Os estudos de fase 3 estão em andamento ”, afirma Feng-Cai Zhu, Centro Provincial de Controle e Prevenção de Doenças da China.
Os estudos da fase 3 são necessários para confirmar se a vacina protege efetivamente contra a infecção por Sars-CoV-2 em um grupo mais amplo da população. Dacordo com os pesquisadores, a vacina usou um vírus enfraquecido do resfriado humano (adenovírus). Ele entrou no organismo dos voluntários para "entregar" o material genético que codifica a proteína do Sars-CoV-2 e, assim, estimular a criação de anticorpos. Esses anticorpos combatem o coronavírus.
O estudo constatou que 95% (241/253) dos participantes no grupo que recebeu doses altas e 91% (118/129) dos integrantes do grupo de doses baixas apresentaram respostas imunes às células T ou aos anticorpos no 28° dia após a vacinação.
Os autores observam que o aumento da idade podem dificultar parcialmente as respostas imunes específicas à vacinação, particularmente as respostas de anticorpos.
Bianca Viana
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