Com aumento de pessoas infectadas pela Covid-19 em Pernambuco cresce a preocupação com os hábitos alimentares indispensáveis para o fortalecimento do sistema imunológico. Sem vacina, e com tantas incertezas sobre medicamentos, essa é uma das poucas garantias quando a intenção é ajudar o corpo a se defender do vírus. Quem já testou positivo e enfrenta a maioria dos sintomas do novo coronavírus em isolamento domiciliar, deve reforçar o consumo de nutrientes úteis à saúde do corpo.
Mas, calma, ainda não há um ingrediente que funcione diretamente como remédio neste momento. Segundo a nutricionista Mariana Alencar, essa é uma doença nova e com poucas comprovações científicas acerca de tratamentos, o que não impede de se trabalhar refeições equilibradas e nada restritivas no processo de cura. O objetivo é aumentar a imunidade e acelerar o processo natural de recuperação. Sendo assim, a prioridade, de acordo com os profissionais de saúde, é manter uma boa ingestão de água. Pelo menos três litros diariamente ajudarão a eliminar toxinas.
Na lista de compras de um paciente com Covid-19 estão ingrediente acessíveis ao bolso e que combatem a inflamação, uma vez que esse é um quadro bastante associado ao vírus. “Podemos inserir, por exemplo, alho e gengibre na alimentação, por ser antioxidante, ter boa quantidade de vitaminas A e C, além de serem ricos em selênio e quercetina, que agregam na sua função anti-inflatória”, orienta o nutrólogo Humberto Arruda. Para ele, é tempo de abastecer a despensa com o máximo de produtos naturais, tais como frutas cítricas, que são ricas em vitamina C, a exemplo de laranja e kiwi, sem falar nas raízes que ajudam a revigorar o corpo.
Aliás, cansaço e fraqueza são alguns dos sintomas mais apontados pelos doentes, logo nas primeiras manifestações do vírus. Para revigorar, vale desde a boa e velha canja de galinha, com legumes coloridos dos tempos da vovó, até fontes de carboidratos naturais, como a batata-doce e mandioca. “Alguns chás também podem renovar as energias, como o verde e o preto, que são ricos em flavonoides, atuando como antioxidantes”, reforça o especialista. Embora algumas pessoas reclamem de falta de paladar e apetite, é importante manter a rotina alimentar equilibrada, montando sempre cardápios leves. O intestino também deve ser observado com cuidado, uma vez que o tratamento feito com algumas medicações pode afetar a sensibilidade desse orgão. Por isso, é recomendado pratos de fácil digestão. Nada de carnes vermelhas muito gordurosas, excesso de sal e açúcar ou produtos ultraprocessados - esses, inclusive, facilitam a inflamação no corpo.
Suplementação
O aporte extra de nutrientes é bem-vindo. Mas, segundo o nutrólogo Humberto Arruda, apenas com orientação médica. “É interessante suplementar as vitaminas C a D3, pois elas ajudarão a melhorar o sistema imunológico. É importante lembrar de um estudo feito em Turin, na Itália, sobre a quantidade de tromboses acarretadas pelo novo coronavírus. Nesse caso, mais do que nunca, é importante suplementar”, diz, lembrando as chances de suplementar as substâncias quercetina e natoquinase - agindo como anticoagulantes naturais. “Mas com o médico indicando a dosagem”, reforça.
Na rotina do paciente
*Uma boa noite de sono é essencial. Durma pelo menos oito horas
*Quem já está debilitado pelo novo coronavírus pode suplementar a vitamina D (com orientação médica) no lugar da exposição frequente ao sol
*Por mais isolado que o paciente esteja, é importante trabalhar o lado emocional. O estresse enfraquece o sistema imunológico
*Fique atento aos primeiros sinais de sintoma no corpo.
Bianca Viana
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