Um estudo britânico, publicado nesta quarta-feira (10/03) no periódico científico British Medical Journal, aponta que a variante do coronavírus B.1.1.7, originária do Reino Unido, tem índice de mortalidade de 30% até 100% a mais do que as linhagens anteriores do vírus.
A variante, que é altamente infecciosa, foi identificada pela primeira vez em setembro de 2020. Pouco tempo depois, começou a se espalhar pelo mundo e, nos dias atuais, já está presente em mais de 100 países, inclusive, no Brasil.
Para chegar a essa conclusão, os cientistas compararam a taxa de mortalidade de pessoas contaminados com a B.1.1.7 com os que contraíram outras linhagens da Covid-19. Na comparação, eles verificaram que essa mutação tem o número de mortes "consideravelmente mais alto".
De acordo com os estudos, a B.1.1.7, também chamada de kent, tem 23 mutações em seu código genético - número relativamente alto. E, entre essas mutações, algumas tornaram a variante muito mais capaz de se disseminar.
Os cientistas britânicos acreditam que ela é entre 40% e 70% mais transmissível do que as demais variantes do coronavírus que estão em circulação, e isso não deve ser subestimado, conforme destaca o pesquisador da Universidade Exeter, Robert Challen, que coliderou a pesquisa.
"Somado à sua capacidade de se disseminar rapidamente, isto torna a B.1.1.7 uma ameaça que deveria ser levada a sério”.
Como foi o estudo?
Os cientistas avaliaram 54.906 pacientes contaminados com a variante B.1.1.7. Desse recorte, 227 pessoas morreram em consequência da doença.
A mesma amostragem foi utilizada para observar os pacientes infectados com outras variantes do coronavírus. Nesse cenário, o total de mortes foi de 141 pessoas.
Como combater as novas variantes?
Embora as vacinações contra a Covid-19 já estejam em circulação em vários países, ainda não há nenhum imunizante que consiga responder às mutações do vírus e bloquear seus ataques ao sistema imunológico.
Dessa forma, seguir todas as medidas de segurança continua sendo a principal alternativa para impedir a circulação das variantes e sua propagação, conforme defende o farmacêutico do Ministério da Saúde e professor da Pós-graduação em Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica no ICTQ - Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Rafael Poloni.
Ele enfatiza que, além da vacina, os protocolos de segurança devem ser seguidos com rigor, para assim, reduzir a incidência de casos de Covid-19 e, até mesmo, um colapso na saúde.
“Para a saúde pública não entrar em colapso, evitar altas taxas de transmissão do vírus e das novas variantes, há a necessidade do uso de máscaras, distanciamento social e lavar sempre que possível as mãos e utilizar álcool 70%”, recomendou o farmacêutico.
Fellipe Portela
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