O Em Foco apurou que o alvo da "Operação Fake News" deflagrada, nessa quinta-feira (15), pela Polícia Civil que investiga crime virtual contra autoridades políticas, trata-se do jornalista Thiago Araújo Maciel, dono do Portal Tribuna Piauí da cidade de Valença. O jornalista e ex-candidato a vereador, foi apontado como o principal executor de disseminação de fake news contra políticos durante as eleições 2020.
Segundo a investigação, Thiago foi responsável por disseminar simultaneamente, cerca de 100 a 200 mensagens fake news por minuto, contra o governador Wellington Dias, secretários, deputados e prefeitos e pré-candidatos a prefeito, que foram candidatos nas últimas eleições. Após o cumprimento do mandado, o jornalista confessou durante o interrogatório que recebeu durante dois anos um valor de R$ 100 mil reais vindo dos cofres públicos.
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Em 24 de setembro de 2020, Thiago Araújo Maciel foi preso pela Polícia Militar do Piauí acusado de perturbação do sossego, desacato, desobediência, resistência à prisão, ameaça e embriaguez ao volante. Ele foi solto dois dias depois após o juiz Franco Morette Felício de Azevedo, da Vara Criminal da Comarca de Valença do Piauí, conceder a liberdade provisória ao Thiago com o pagamento de fiança no valor de 10 salários mínimos.
A INVESTIGAÇÃO
No início de 2020 foram instaurados Inquéritos Policiais para apurar crimes contra a honra (calúnia, difamação) praticados contra autoridades públicas no Piauí em redes sociais (Facebook e WhatsApp). Com o avanço do trabalho policial a DRCI observou indícios de que os ataques partiam de um mesmo investigado, e possivelmente estariam sendo financiados com recursos públicos.
O delegado Humberto Macola, gerente de Inteligência da Polícia Civil, que coordena o Laboratório Cibernético, informou que uma empresa de marketing contratou o jornalista para fazer os disparos de mensagens falsas contra os políticos do estado.
Após os atos de disseminação, surgiram como vítimas, no curso da investigação, o então Juiz eleitoral de Valença, uma Vereadora e um pré-candidato a Prefeito dessa mesma cidade. Com afastamento de sigilo bancário e colaboração do Tribunal de Contas do Estado - TCE, se demonstrou que o investigado, autor direto dos crimes, recebia recursos, sem licitação ou contrato prévios, da Prefeitura de Valença, durante o período de execução dos crimes.
Bianca Viana
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