Uma adolescência interrompida pela brutalidade humana e pela criminalidade. Maicon Willian, de 15 anos, foi assassinado a facadas durante um assalto enquanto saía de um encontro de jovens em uma igreja evangélica, em Planaltina de Goiás, no Entorno do Distrito Federal.
Em entrevista , familiares lamentaram a morte do jovem, que pretendia terminar os estudos para trabalhar e dar uma vida melhor à mãe e à avó.
O latrocínio (roubo seguido de morte) aconteceu na última quinta-feira (28/10), na região de Brasilinha. Maicon morava em Planaltina (GO) com os avós maternos há cerca de um ano, quando resolveu sair da casa da mãe, no Piauí, para estudar em Goiás. “Ele sempre falava que queria se dedicar aos estudos para poder nos conceder (eu e o irmão) uma vida melhor”, contou a mãe do adolescente, Socorro Pereira Rodrigues, 45.
Como de costume, em mais um dia de ensaio do coral dos jovens, Maicon foi até a igreja com o primo e o colega. O templo fica a poucos metros da residência do adolescente. Ao término do culto, os três caminharam por cerca de 1km para deixar o amigo em casa e, assim, retornar para a casa. Foi nesse momento que dois homens encapuzados e de máscara abordaram os jovens.
O primo de Maicon contou que os criminosos anunciaram o assalto pedindo a bicicleta. O primo conseguiu correr e chegou a ser perseguido por um dos bandidos que estava com uma faca em mãos.
“Gritei por socorro. Ele queria me esfaquear, mas corri tanto que ele desistiu. Quando eles fugiram, eu retornei e encontrei meu primo caído ao chão e sangrando muito”, relatou o jovem, que preferiu não revelar o nome.
Ferido a facadas, Maicon chegou a ser socorrido e encaminhado ao hospital da região, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. A mãe, que estava no Piauí, chegou ao DF no dia do enterro do filho. Inconsolável, ela relembra dos momentos que passou ao lado do adolescente.
“Eu saí do DF porque sofria violência doméstica. Meu filho sempre esteve comigo nesses momentos. Era ele quem me dava forças e me colocava de pé. Dizia que iria trabalhar muito para me dar uma vida melhor”, disse Socorro.
A avó, de 73 anos, Januária Silva, diz não acreditar com a fatalidade que tirou a vida do neto. “Meu neto só ia para a igreja. Ia direto. Gostava do pessoal da igreja. Perguntei a Deus por várias vezes o porquê isso aconteceu, com uma pessoa tão boa, que dedicava à vida, a Deus e foi morto tão novo desse jeito”, lamentou.
"Eu só quero que a polícia encontre esses assassinos que fizeram isso com o meu filho. Se a mãe desses criminosos estiverem escondendo eles, peço que ela pense que do outro lado tem uma mãe sofrendo muito com tudo isso", desabafou Socorro.
O delegado à frente do caso, Lucas Rocha, informou que abriu um inquérito policial para apurar os fatos. “As investigações continuam para darmos uma resposta à sociedade local o mais breve possível”, afirmou. Até a última atualização dessa reportagem, ninguém havia sido preso.
Com informações do Correio Braziliense.
Bianca Viana
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