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  19:19

CAMPO MAIOR: Contas no Instagram são alvos de hackers que aplicam golpe da venda falsa

O hacker ou golpista tenta se apoderar de uma conta ou tomar uma identidade e a partir dali aplica golpes se aproveitando da confiança das pessoas que acham que estão interagindo com a vítima.

 

Todo mundo conhece o golpe em que ligam para a casa de uma pessoa e dizem ser um parente ou conhecido precisando de dinheiro. Com o tempo, a armadilha evoluiu para o whatsapp: supostas mensagens de amigos que "trocaram de número" são enviadas junto com um pedido de empréstimo. 

Agora, o golpe mais recente vem pelo Instagram, onde criminosos invadem perfis (geralmente com muitos seguidores) e anunciam produtos à venda.

Em casos extremos, a armadilha é tão bem feita que criminosos usam manipulação para postar imagens dos produtos e serviços oferecidos.

Esse é o tipo de golpe que vem sendo aplicados nos moradores de Campo Maior (PI) através da rede social. Criminosos estão hackeando contas de pessoas com muitos seguidores e oferecem produtos, que são de alto valor no mercado convencional, pela metade do preço.

As primeiras queixas de pessoas que caíram nesse golpe veio a partir de uma promoção oferecida por um perfil de uma jovem (que por motivos de preservação não vamos revelar a identidade), onde supostamente oferecia uma televisão onde o valor de mercado por quase 3 mil reais, por aproximadamente 1300 reais.

Ao entrar em contato com essa suposta ‘vendedora’, afirmava por direct, que não podia mostrar fotos do produto pois estava na caixa. Ainda no diálogo, chega a informar que, se a pessoa estivesse interessada no produto, teria que dar uma quantia em valor, como garantia que ela entregaria através de um UBER até a residência solicitada.

A nossa equipe de reportagem do CAMPO MAIOR EM FOCO analisou prints de uma conversa, onde mostra diversas vezes falhas na veracidade da venda, como por exemplo a entrega de dinheiro como garantia, a entrega via UBER e a afirmação de que há muitas pessoas interessadas. Esses são os sinais para ficar atentos, pois pode se tratar de um golpe.

Confira as mensagens de texto:


Sobre a identidade da proprietária do perfil, ela havia informado ao EmFoco que a conta do Instagram havia sido hackeada e não conseguiu recuperar, com isso os bandidos estavam se passando por ela para efetuar o crime. Ao realizar a verificação, o perfil agora se encontra sem fotos e sem a foto de perfil da verdadeira dona.

Esse mesmo crime aconteceu com outra mulher em Campo Maior, o perfil no instagram também foi alvo de hackers que comecaram a se passar pela proprietária da conta, pedindo dinheiro aos amigos próximos. A vítima recorreu a Delegacia onde registrou o B.O, e alertou aos seguidores que não comprem produtos e nem depositem dinheiro, por se tratar de golpe.

COMO ISSO ACONTECE?

Segundo o jornal O Globo, as explicações dos motivos de uma conta ser invadida são diversas. Segundo Alessandro Magalhães, gerente de cibersegurança da consultoria Mazars, os artifícios usados pelos criminosos vão desde o envio de links que instalam malwares (espécie de "vírus") nos celulares e, a partir daí, roubam dados, até o vazamento de senhas cadastradas em outros sites que são iguais às usadas nas redes.

"Por isso, é importante ter, além de uma senha forte, uma senha diferente em cada lugar", diz. O especialista explica que muitas pessoas usam senhas consideradas fracas (como nomes, sobrenomes e combinações numéricas sequenciais) ou usam o mesmo código em diferentes lugares. Com isso, se um e-commerce tiver o seu sistema invadido e os e-mails e senhas dos usuários divulgadas, os criminosos podem "testar" aqueles mesmos dados nas redes sociais e, a partir daí, invadir a conta daquele usuário.

Embora atualmente os golpes via Instagram apareçam de forma mais frequente, o professor Favaretto, da FGV, explica que isso é apenas uma "evolução" dos golpes, que saíram das ligações telefônicas e chegaram até às redes sociais. "Recentemente teve um aumento de golpes no WhatsApp etc. Como tem muito golpe novo, a gente fala que a informação é um cabo de guerra: sempre vai ter novos mecanismos por parte dos criminosos, e novas proteções por parte das empresas de tecnologia.

O centro do negócio é sempre o mesmo: o hacker ou golpista tenta se apoderar de uma conta ou tomar uma identidade e a partir dali aplica golpes se aproveitando da confiança das pessoas que acham que estão interagindo com a vítima. Não existe uma falha nova em segurança, mas sim novos tipos de golpes surgindo", diz.

O professor ainda afirma que outra coisa que vem "facilitando" que esses golpes sejam aplicados é a criação de novos meios de pagamento mais fáceis e até mesmo difíceis de serem rastreados, como é o caso das transações em bitcoin. O próprio Pix, sistema de transferência de dinheiro em tempo real do Banco Central, também torna o trabalho dos criminosos mais fácil, já que por meio dele é possível gerar uma "chave aleatória" associada a uma conta para as pessoas mandarem dinheiro.

"Durante a pandemia cresceram as fraudes eletrônicas em geral porque as pessoas estão mais em casa, usando mais internet e os meios de pagamentos on-line estão mais simples. Então, quanto mais fácil é transferir dinheiro on-line, mais fácil se torna o golpe", diz.

O QUE DIZ O INSTAGRAM?

Por meio de nota, a rede social informou que “o Instagram disponibiliza recursos de segurança para ajudar a proteger os usuários de invasão de contas, como 'autenticação de dois fatores' e 'atividade de login', além de diferentes caminhos para a recuperação, disponíveis na Central de Ajuda".

A autenticação em dois fatores funciona como uma checagem para saber se a pessoa que está tentando entrar naquela conta realmente é a dona dela. Para isso, o Instagram envia um código por e-mail, SMS ou até mesmo por aplicativos geradores de códigos autenticadores (como eram os antigos tokens de bancos).

"Recomendamos ainda que as pessoas desconfiem de publicações na internet que ofereçam serviços e bens por um valor abaixo do preço de mercado e pedimos que denunciem através do aplicativo publicações e contas que considerarem suspeitas", afirmou no comunicado um porta-voz da Meta, novo nome do Facebook, que é dono do Instagram.

Da Redação

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