A presidente Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira (29), que se o país não se mobilizar "vamos perder a luta para o mosquito".
Questionada sobre a declaração do ministro da Saúde, Marcelo Castro, de que o país estava perdendo a guerra para o Aedes aegypti [mosquito que transmite a dengue, zika e chikungunya], a presidente respondeu que o ministro estava retratando a "realidade". "Dizer que nós estamos perdendo é porque nós queremos ganhar", disse Dilma.
A presidente também acrescentou que o país está perdendo enquanto o mosquito se reproduz. "Nós estamos perdendo. Enquanto o mosquito se reproduzir, estamos perdendo a luta. [...] Para proteger nossas crianças e nossas grávidas, temos que impedir que o Aedes aegypti nasça. Não vamos ganhar essa luta enquanto ficarmos de braços cruzados. Vamos mostrar que o povo brasileiro é capaz de vencer", afirmou.
Dilma afirmou que, como ainda não há uma vacina contra a dengue e o zika, o ideal é que haja uma mobilização de toda a sociedade para eliminar pontos de água parada e erradicar os criadouros do mosquito. Segundo ela, o próprio governo vai dar o exemplo e realizar nesta sexta um mutirão de faxina em todos os prédios públicos.
"Temos que matar o mosquito de preferência antes de ele nascer. Depois podemos fazer o fumacê, mas aí já perdemos uma parte da guerra", afirmou.
A presidente participou de uma videoconferência com governadores de São Paulo, Pernambuco, Paraíba, Rio de Janeiro e Bahia, na Sala Nacional de Coordenação e Controle do Plano de Enfrentamento à Microcefalia, em Brasília.
A presidente negou ainda que o governo tenha demorado para enfrentar o problema e destacou que a situação preocupa não só no Brasil, já que podemos estar diante de uma "situação internacional que ameaça a saúde pública".
Logo após a entrevista da presidente, o ministro da Saúde voltou a afirmar que haverá distribuição gratuita de repelentes em uma data ainda não determinada. "Vamos adquirir repelentes suficientes para distribuir para todas as gestantes que estão cadastradas no Bolsa Família", disse o ministro.
Na quinta-feira (28) a OMS (Organização Mundial de Saúde) afirmou que zika vírus pode infectar de 3 a 4 milhões de pessoas nas Américas, incluindo 1,5 milhão no Brasil
A OMS fez uma reunião de emergência com os Estados-membros em Genebra (Suíça), com participação do Brasil, e anunciou a convocação de um comitê emergencial sobre o zika na próxima segunda-feira, para decidir se o surto do vírus deve ser declarado uma emergência de saúde internacional. A última emergência do tipo foi anunciada no contexto da epidemia do ebola na África Ocidental, em 2014. A poliomielite havia recebido o mesmo status no ano anterior. (Com informações do Estadão Conteúdo)
Fonte: UOL
Por Helder Felipe
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