O juiz da 1ª Vara da Comarca de Campo Maior, Muccio Miguel Meira, marcou a Audiência de Instrução e Julgamento do caso referente ao assassinato do ex-vice-prefeito de Jatobá do Piauí, Alípio Ribeiro, para o dia 27 de setembro de 2022.
A audiência de instrução e julgamento criminal é o principal ato de um processo, seja de procedimento ordinário, sumário ou sumaríssimo, uma vez que, é nela, que serão ouvidas as testemunhas, a vítima, os peritos e, o acusado. Esta etapa, é demasiadamente decisiva no processo. É neste momento, que o advogado criminalista demonstrará, mediante alegações orais ou escrita, o último argumento antes da sentença, aquele que poderá definir se o Réu será absolvido ou condenado.
Na prática a Audiência de Instrução e Julgamento é o momento em que os acusados têm o direito à ampla defesa, apresentando todos os elementos a sua disposição para demonstrar inocência.
Na audiência serão ouvidos o prefeito de Campo Maior, João Félix de Andrade, Rosa Maria Silva de Freitas, o empresário Francisco Teixeira Dantas, dono do hotel Colonial, em Teresina, Francisco Teixeira Dantas Jr, Raimundo Carneiro da Silva e João Batista da Silva Reis. Os dois últimos seriam os pistoleiros.
OS CITADOS INICIAIS
A polícia chegou ao empresário do hotel Colonial, sete meses depois do crime, após apreender uma arma de fogo em posse do mesmo, em uma ação por suposto tráfico de drogas. Na época, o delegado Danilo Melo da CICO (Comissão Investigadora do Crime Organizado), que acompanhava o caso, pediu uma comparação balística e, segundo o delegado, o exame comprovou que os tiros que mataram Alípio Ribeiro partiram da arma apreendida com o empresário.
As investigações iniciais também levaram a polícia ao nome de Marco Aurélio Pereira Araújo (Marco Gago). Este, segundo a polícia, um agiota, foi morto a tiros na manhã de 01.03.2012 em Araripina-PE, quando, segundo a polícia, estaria fazendo cobranças de agiotagem naquela cidade, na companhia de um filho. Marcos Gago tinha um depoimento marcado para o dia 21 daquele mesmo mês sobre o assassinato de Alípio Ribeiro, 20 dias após ser morto.
Raimundo Carneiro da Silva e João Batista da Silva Reis seriam os pistoleiros que se deslocaram de Teresina até Campo Maior e executaram a vítima.
SURGEM MAIS DOIS CITADOS
A princípio, a investigação apontava para crime por agiotagem, mas em 06 de junho de 2016, sete anos depois do crime, o Promotor de Justiça de Campo Maior, Luciano Lopes Nogueira Ramos, fez um aditamento no processo e incluiu, pela primeira vez, o nome do atual prefeito de Campo Maior, João Félix, e da empresária Rosa Maria Silva de Freitas.
O promotor declarou, durante uma entrevista à Revista Foco, em 2017, que o aditamento com os dois novos nomes foi feito graças ao depoimento de uma testemunha que citou o nome de João Félix e Rosa Freitas e contou detalhes de como tudo teria ocorrida. A testemunha é o jornalista Arnaldo Ribeiro, irmão da vítima.
RELEMBRE O CASO
Alípio Ribeiro foi morto por disparos de arma de fogo em junho de 2009 no pátio da Secretaria de Saúde de Campo Maior. A morte do político gerou uma grande repercussão, tanto pela violência, quanto pelas motivações desconhecidas durantes muitos anos até aditamento do processo que incluiu o nome do atual prefeito João Félix e passou ser defendido pelo Ministério Publico como motivações política.
O caso é tido como execução e, conforme o processo, teria dois alvos, sendo Alípio e seu irmão, o radialista Arnaldo Ribeiro, que fazia críticas contra João Félix em uma emissora da rádio de Campo Maior à época.
Segundo o Ministério Público, o valor pelas duas vidas seria R$ 150 mil reais, porém os executores não retornaram para matar Arnaldo, porque o contratante teria efetuado o pagamento conforme combinado.
Walton Carvalho
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