Gildário Dias Lima, nascido no dia 7 de dezembro de 1983, em Campo Maior, é um cientista, empreendedor e professor universitário. Sua missão de vida é construir a identidade tecnológica do Piauí, pauta em que milita desde sua formação em Física pela Universidade Federal do Piauí (UFPI).
A paixão por tecnologia aflorou com um simples curso de conserto de rádio e televisão. Depois os laboratórios da universidade fizeram um chamado para Gildário, que fez mestrado e doutorado em uma área considerada dificílima para boa parte das pessoas. Daí para a robótica foi um passo.
Fundou o prrimeiro polo de tecnologia - Lucrécio Arraes
Tecnologia aplicada
Em Parnaíba, fundou o primeiro polo de tecnologia do Piauí. Além disso, escreveu os dois volumes do chamado Método Tron, um reconhecido método para o ensino de tecnologia aplicado em escolas de todo o Brasil.
Atualmente, Gildário Lima atua como professor e pesquisador da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (Ufdpar), onde desenvolve pesquisas na área de robótica aplicada. Lidera alguns empreendimentos, como a Tron, que tem um parceiro célebre: o humorista Whindersson Nunes.
A missão de Gildário é encontrar um novo investidor para a start-up. Ele sonha que seja um piauiense, pois a ideia é mais holística. O professor defende que é preciso criar uma identidade tecnológica para o Piauí.
Jornal Meio Norte: Na escola, você era um bom aluno?
Gildário Lima: Inicialmente, não. Eu era uma criança bem problemática com relação à educação em razão de um grau de autismo e TDH. O início da minha alfabetização foi complexa. Eu era um aluno complicado que desviava a atenção, então tive dificuldade de aprender a ler e escrever. Eu não era um aluno exemplar nesse sentido e dava trabalho na sala de aula. Minha expectativa familiar era que eu chegasse até a educação básica por conta das dificuldades.
Gildário adorava inventar coisas - Lucrécio Arraes
JMN: Como foi sua virada de chave para se interessar pela área?
GL: Minha sorte foi que estudei em uma escola muito boa, o Patronato Nossa Senhora de Lourdes, em Campo Maior. A metodologia foi o diferencial. Eu comecei a correr atrás do prejuízo. Eu consegui na oitava série um despertar para a tecnologia. Eu fiz um curso de rádio e TV do Instituto Universal Brasileiro, então comecei a ganhar dinheiro consertando as coisas. Eu consertava ventilador, televisão, rádio. Comecei a inventar coisas. Meu quarto era sempre cheio de coisa. Então me apelidavam de Professor Pardal. Até que fui trabalhar em uma rádio, na parte técnica. Aí tive meu primeiro contato com um computador, lá pelos anos 2000. Minha formação básica foi complicada, mas meu ensino médio foi exemplar. Toda a minha dificuldade em aprender sumiu. A virada de chave foi minha amizade com o professor Marcelo, de matemática. Ele pediu para eu escolher um livro de cada assunto para estudar. Então eu estudei a todo vapor. Prestei vários vestibulares. Até que fui estudar Física na Universidade Federal do Piauí (Ufpi).
Ele chegou a fazer doutorado no Rio de Janeiro - Lucrécio Arraes
JMN: Você se encontrou na física?
GL: Dentro da Física, tive acesso a tecnologias. Eu gostava muito dos laboratórios. Então fiz mestrado sanduíche entre a UFPI e a Universidade Federal Fluminense. Depois fiz o doutorado no Rio, onde conheci robótica e a tecnologia arduino. Aí em meados de 2013 fui chamado para o concurso de professor de física na Ufpi de Parnaíba.
JMN: E como começou o lance com a robótica em Parnaíba?
GL: Na UFPI eu ocupei alguns cargos de gestão, até que em 2016 fiz um projeto filantrópico sobre robótica. Percebi que faltava uma metodologia técnico-científica para isso. Então fiz dois livros, "Método Tron", que ajuda a organizar o pensamento científico dentro das escolas. Começou a fazer sucesso e as escolas começaram a procurar a gente. Comecei a fazer start-ups, e também fundei o Instituto Deltatics, com várias empresas de tecnologia, em 2015. Esse foi o primeiro polo de tecnologia do Piauí, e em Parnaíba. Isso acordou o estado. Daí vieram várias ações subsequentes até hoje. Veio o I Fórum de Tecnologia, o Fortics, que debatia políticas tecnológicas no Estado. Uma coisa foi puxando a outra. Atuei muito na construção da política tecnológica do Piauí.
JMN: Como está a aplicação do Método Tron hoje?
GL: O Método Tron, muito cobrado nas escolas, fez surgir a Tron, que foi a primeira start-up para trabalhar isso. Fundamos em 2017 e vinha em ascensão, até que a pandemia reduziu a procura. As escolas, nosso cliente final, entraram em crise. Mas nessa retomada estamos retomando. Nossa ideia é fazer o Piauí se destacar em nível nacional. Hoje estamos em 10 estados diferentes.
JMN: Quais seus planos futuros?
GL: Encontrar um investidor. Hoje, a empresa está aberta para investidores. Hoje temos o Whindersson Nunes. Mas o meu desejo é ter um novo investidor piauiense. A ideia é mostrar que isso é possível no Piauí. Queremos formar uma identidade tecnológica piauiense.
FONTE: MEIO NORTE
Da Redação
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