“Indescritível”, declarou a agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Luana Bandeira, que ajudou uma gestante à dar a luz dentro de um carro em Teresina. Em vídeo divulgado nesta sexta-feira (19), a profissional relatou o momento de ansiedade e alegria.
O parto aconteceu na madrugada de quinta-feira (18), em frente à Unidade Operacional da PRF em Teresina. Por volta de 1h40, duas mulheres desembarcaram de um veículo e informaram aos policiais que a irmã estava em trabalho de parto.
“Quando cheguei no carro, ela [gestante] já estava deitada no banco de trás. Na primeira avaliação da cena, percebi que ela estava com um espaçamento muito curto entre uma contração e outra. Perguntei se era o primeiro filho, se ela tinha feito pré-natal, se sabia qual o sexo, ela disse que não. Perguntei se ela sabia se a criança tinha virado, ela disse que não”, relembrou.
“Fiz uma avaliação pra saber da situação real, se dava pra grávida ser levada pra maternidade e a gente viu que realmente não dava. Então falei pra um colega ‘chama o Samu, a gente vai fazer o parto aqui mesmo’, não tinha como ser de outra forma”, contou a agente.
No local, Luana, que também é mãe, buscou palavras de conforto para acalmar a família. Em aproximadamente 20 minutos, aconteceu o coroamento, etapa em que a cabeça da criança passa pela abertura vaginal.
“Estava todo mundo muito nervoso e ansioso, mas eu tinha o objetivo de passar tranquilidade. Quando vi que a criança coroou, entrei no carro, ficou só eu e ela. E então aquela palavra de força ‘vamo, tá saindo, é agora, nasceu, ai que linda’”, disse Luana.
“Fiquei naquela expectativa ‘a criança tem que chorar’, eu precisava que a criança chorasse pra mostrar que tava tudo bem. Depois que a criança chorou (...) sabe esse respiro aliviado? A sensação de dever cumprido”, completou, emocionada.
Após o parto, a bebê foi para os braços da mãe, onde permaneceu até a chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), minutos depois.
A equipe médica, então, realizou a assepsia da criança e inseriu um clamp (uma espécie de grampo) no cordão umbilical. Em seguida, mãe e filha foram encaminhadas à maternidade.
“Em nenhum momento, pensei em tirar foto, mas todo mundo ficava ‘ai vamo registrar esse momento’ e eu ‘meu Deus, isso vai ficar só na minha mente? Não, não pode, preciso ter esse registro palpável, pra depois ficar revisitando essa memória’. Foi uma sensação indescritível”.
“Em geral, a PRF participa de ocorrências em que nós estamos tentando evitar que alguém perca a vida, que venha a óbito em um atendimento de acidente. Foi uma honra, como policial, como mulher e como mãe”, concluiu a agente da PRF.
Fonte: G1 Piauí
Walton Carvalho
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