O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou neste sábado (19), em Portugal, que venceu as eleições deste ano, mas ainda é preciso derrotar o "radicalismo," a "ignorância" e o bolsonarismo".
Lula discursou durante um encontro com a comunidade brasileira no Instituto Universitário de Lisboa. O presidente eleito visitou Portugal na volta do Egito, onde participou da COP 27, a conferência da ONU para assuntos climáticos.
"Eu nunca vi a esquerda praticar 10% da violência que a extrema direita está fazendo no Brasil. Nunca vi. Então, eu acho importante a gente ter em conta que a gente derrotou o Bolsonaro, a gente ganhou as eleições, mas o radicalismo, a ignorância e o bolsonarismo ainda estão vivos e nós precisamos derrotá-los", disse a uma plateia de apoiadores.
Lula estava acompanhado de sua companheira, Rosângela da Silva, a "Janja", e pelo ex-ministro Fernando Haddad. Nesta sexta (18), ele se reuniu com o primeiro-ministro do país, António Costa. O embarque de volta ao Brasil está previsto para este sábado.
Em sua fala, Lula ainda reiterou que o governo não vai envolver apenas integrantes do PT e contará com participação da sociedade.
"O governo não pode ser só do Partido dos Trabalhadores, temos que ter governo com mais gente da sociedade, com mais gente de outros partidos, com mais gente que não tem nenhum partido".
Responsabilidade fiscal
Lula reforçou o compromisso com a responsabilidade fiscal sem deixar de lado investimentos para melhorar o país.
Nesta sexta, ao lado do primeiro-ministro português, o presidente eleito já havia dito que o país terá responsabilidade fiscal sem precisar atender 'tudo que o sistema financeiro quer'.
"Sabemos que temos que ter responsabilidade, saber que a gente não pode gastar mais do que a gente ganha, mas sabemos também que podemos gastar para fazer alguma coisa que tenha rentabilidade para fazer o país crescer, melhorar do ponto de vista logístico. Nós vamos recuperar esse país”, afirmou o petista.
Na semana passada, Lula deu declarações que incomodaram o mercado. Ele afirmou que estabilidade fiscal não pode ser conquistada à custa do sofrimento das pessoas. Na COP 27, voltou a criticar teto de gastos e o mercado financeiro.
Aliados de Lula argumentam que as declarações do presidente não são diferentes daquelas propagadas durante a campanha eleitoral e que não há motivos para preocupação.
'Fake News'
Em sua fala, Lula afirmou também que "não quer perseguição", não quer violência", mas um país que "viva de paz".
Ele criticou também o que chamou de "fábrica de fake news" promovida pela campanha do seu adversário, o atual presidente, Jair Bolsonaro, durante as eleições.
"Vocês sabem que as eleições não foram fáceis. Vocês sabem a fábrica de mentiras que foi montada desde eleições de 2018, e começou com o Trump nos Estados Unidos e se incrustou no bolsonarismo aqui no Brasil, nas costas dessa coisa chamada Bolsonaro (...) Vocês não têm noção da fábrica de mentiras".
Fonte: G1
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