O Piauí teve alta de quase 10% nas mortes violentas de janeiro a setembro de 2022, em relação ao mesmo período do ano passado. Ao todo, neste ano, já foram registradas 591 mortes violentas. Os dados são Monitor da Violência, levantamento exclusivo do g1, divulgado nesta sexta-feira (2)
O estado tem aparecido repetidamente na contramão do país. No Brasil, a média mostra sucessivas reduções nos índices de homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Neste último levantamento, a redução foi de 3%.
Enquanto em 2021 foram 543 mortes violentas, este ano já foram 591. Proporcionalmente à população do estado a alta foi a 3ª maior do país. O maior crescimento foi em Rondônia, de 28,5%. Em Mato Grosso, houve aumento de 13%.
O levantamento exclusivo, que compila os dados mês a mês, faz parte do Monitor da Violência, uma parceria do g1 com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Facções criminosas
Em um cenário nacional e local, autoridades da segurança pública e estudiosos do tema destacam a atuação de facções criminosas como um dos fatores relevantes para os dados. Tanto na redução quanto no aumento de mortes violentas.
"Mercados criminosos equilibrados, com competidores que aprenderam a conviver entre si ou que descobriram formas de regulamentar a relação entre eles, tendem a reduzir o total de conflitos fatais", diz Bruno Paes Manso, do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP).
Por outro lado, em estados como o Piauí, conforme avaliação do secretário de segurança Pública do estado, Rubens Pereira, as facções ainda estão buscando dominar territórios, o que implica em uma "disparada" de assassinatos.
"Os homicídios derivam dessa disputa de organizações criminosas, então o foco é prender as lideranças, que mandam matar", disse ele em maio de 2022, ao informar que o estado pretendia implantar uma força tarefa de combate a facções criminosas.
FONTE/CRÉDITOS: G1 Piauí
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