O reino do mundo da bola está de luto pelo seu rei. Pelé, 82 anos, faleceu nesta quinta-feira (29), vítima de um câncer generalizado pelo corpo. Em tempos de jogadores midiáticos e influentes nas redes sociais, é certo dizer que Edson Arantes do Nascimento foi o primeiro jogador a estender a sua imagem além das quatro linhas.
Pelé foi rei pelos seus gols, dribles, jogadas e títulos, mas também foi craque ao entender que poderia ser muito mais do que o atacante de Santos, seleção brasileira ou Cosmos. Com seu talento dentro e fora dos gramados, Pelé virou sinônimo de futebol, de arte, de seleção brasileira, de sucesso e principalmente de Brasil. Não por acaso foi eleito o Atleta do Século XX.
COMEÇO DE CARREIRA DE PELÉ
Revelado pelo Santos, Pelé explodiu ainda cedo. Já aos 15 anos atuava com a camisa do alvinegro praiano. Aos 16, já vestia a camisa da seleção brasileira. Esse seria apenas o início de uma grande jornada no futebol.
Tamanha explosão e capacidade goleadora renderam a Pelé uma convocação para a Copa do Mundo da Suécia, em 1958. Foi na Europa, que o Rei começou seu recital. Apesar de ter começado o Mundial como reserva, rapidamente virou titular no time de Vicente Feola. Ao lado de Garrincha, formou uma dupla imbatível e comandou o Brasil até o título da Copa. No caminho até a final, contra os donos da casa, Pelé colecionou golaços, como contra a França. Na decisão, vencida pelo Brasil por 5x2, deixou o seu em duas oportunidades. O primeiro é considerado um dos mais belos de todas as Copas.
PELÉ GANHA MUNDIAL COM O SANTOS
O título fez a carreira de Pelé alcançar outro patamar. Com 17 anos, ele já não era mais visto como um menino ou promessa. Era realidade fora do comum. O que acabou alavancando o Santos a um patamar nunca antes imaginado. Além de dominar o cenário estadual, o Peixe passou a vencer em cenários nacionais e internacionais. O auge foram os títulos da Libertadores e do Mundial de clubes em 62 e 63, batendo Benfica e Milan respectivamente.
COPAS DE 62 E 66 DE PELÉ
Na trilha da empolgação com o Santos, Pelé foi figurinha carimbada nas Copas de 62, no Chile, e de 66, na Inglaterra. No entanto, os Mundiais não guardam boas lembranças para o Rei, que se machucou nas duas ocasiões. Em terras chilenas, o Brasil ainda se superou com Garrincha e Amarildo para conquistar o bi. Na Terra da Rainha, contudo, o desempenho foi frustrante, com a equipe caindo ainda na primeira fase. As lesões e as derrotas levaram Pelé a cogitar parar de vestir a camisa da seleção para se dedicar somente ao Santos.
GOL MIL DE PELÉ
Apesar da tristeza com a seleção, Pelé seguiu em grande nível com o Santos, que já tinha status mundial, sendo convidado para diversos países. O Santos de Pelé parou até guerra conflitos internos de alguns países, que interrompiam qualquer tipo de atividade para ver o Rei. Assim, o atacante acumulou fama e gols, muitos gols. Tanto que em 19 de novembro de 1969, marcou o gol mil, diante do Vasco, no Maracanã. Na ocasião, foi celebrado por torcida e jornalistas. Em suas primeiras declarações, pediu que os políticos do Brasil olhassem para a criancinhas do País.
PELÉ TRI EM 70
Com a proximidade da Copa de 1970, muito se debatia sobre a presença de Pelé na seleção. Muitos consideravam que ele deveria rever seus desejos e atuar em mais um Mundial. O Rei, porém, parecia triste e receoso de mais uma Copa, que seria no México. Após a chegada do técnico Zagallo, contudo, a situação mudou. Ex-companheiro de Pelé na seleção nas Copas de 58 e 62, Zagallo trouxe Pelé para perto e o fez disputar mais um Mundial. E foi o Mundial, de Pelé e da seleção brasileira, que venceu todos os seus jogos com show e espetáculo. Na final, diante da Itália, anotou o segundo gol da goleada por 4x1.
DESPEDIDA DE PELÉ DO COSMOS
Após o Mundial de 70, Pelé oficialmente parou de jogar pela seleção. Sua despedia foi em 1971, em um amistoso contra a Iugoslávia. No Maracanã lotado, o Rei ouvia os gritos de "fica" dos torcedores durante a sua volta olímpica de despedida.
Pelo Santos, Pelé ainda jogou até 1974, quando também se despediu.
O Rei, contudo, foi convencido a voltar aos gramados em 1975. Após várias negociações, o Cosmos, dos Estados Unidos, o contratou em um projeto que envolvia a popularização do futebol no país. Pelé jogou lá até 1977, quando teve a oportunidade de dividir o campo com lendas como o brasileiro Carlos Alberto Torres, o português Eusébio, o alemão Franz Beckenbauer e o italiano Giorgio Chinaglia.
Pelé ainda "vestiu" a camisa da seleção, do Santos e de outros times em jogos comemorativos. O principal dele foi quando completou 50 anos. Na partida, a seleção brasileira encarou um combinado do resto do mundo.
PELÉ: VIDA FORA DOS GRAMADOS
Longe das quatro linhas, Pelé viveu uma vida de pop star, talvez o primeiro do futebol. Não foi um jogador festeiro, mas cumpriu inúmeras agendas com patrocinadores e compromissos sociais. Como todo famoso, teve sua vida pessoal vasculhada, principalmente nos seus romances, que não foram poucos. Ao todo, se casou três vezes, sendo uma das celebrações no Recife. Além disso, teve sete filhos. Sem falar que ele namorou a apresentadora Xuxa na década de 80, em um dos romances mais badalados da época.
Pelé também tentou aproveitar a sua imagem para investir nas artes e na música. Gravou discos e participou de diversos filmes. Nada, porém, que fizesse o torcedor se esquecer do gigante e eterno jogador que foi Pelé.
FONTE/CRÉDITOS: JC News
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