A Polícia Civil do Piauí está em busca de um homem identificado como Adriano Lima Bispo, de 28 anos, que gravou um vídeo no qual aparece agredindo uma criança de três anos em Simplício Mendes, no Sul do Piauí. A gravação (VEJA NO FIM DA MATÉRIA) começou a circular nas redes sociais no último sábado (29) e as imagens chocaram internautas e mobilizaram a polícia.

No vídeo divulgado pelo Portal Meio Norte, a menina está deitada de bruços em uma cama e recebe cerca de dez socos na cabeça desferidos pelo padrasto. Enquanto a agressão acontece, ele questiona: “Tu vai chorar?”. A voz da mãe da criança, Maria do Socorro Carvalho, também aparece ao fundo de outra gravação, repetindo a mesma pergunta que o agressor.

De acordo com o delegado da Polícia Civil de Simplício Mendes, José Wellington Rodrigues, foi instaurado inquérito policial por tortura e o agressor encontra-se foragido. Além disso, há notícias de que não é a primeira vez que isso acontece, já que ele também teria agredido outros filhos da mulher. Maria do Socorro e Adriano Lima moram na mesma casa com os quatro filhos da mulher há cerca de quatro meses.

A mãe é suspeita de conivência na prática do crime e já responde a um processo de maus-tratos contra uma filha adolescente. O Conselho Tutelar da cidade, por sua vez, tirou temporariamente a guarda da criança que aparece sendo agredida no vídeo da mãe e entregou-a aos cuidados de outros familiares.

"Estamos apurando a possível conivência dela nessa prática. Já foi instaurado o inquérito policial por tortura, que não se trata apenas de um crime de maus-tratos ou lesão corporal, mas visivelmente um crime de tortura. O autor encontra-se foragido e a mãe, por omissão, também é suspeita de participação nos crimes contra os próprios filhos. Ela inclusive responde a um processo que foi instaurado no ano passado em relação a uma das filhas. É um ambiente bastante conturbado onde as crianças vivem. O vídeo, por si só, é revoltante", afirmou ao Meionorte.com.

O comandante da Polícia Militar em Simplício Mendes, tenente Diego Damata, disse que o vídeo foi gravado no dia 22 e abril, e quando a polícia soube do caso, não era mais possível realizar a prisão em flagrante.

As investigações da polícia revelaram que agressões físicas e verbais contra os quatro filhos de Maria do Socorro eram recorrentes, sempre em meio ao consumo de álcool e drogas por parte dos agressores. Além disso, a mulher também era vitimada com agressões, ameaças e injúrias praticadas por Adriano.