Na noite desta terça-feira (11), na BR 343, em Piripiri (PI), uma equipe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) abordou um caminhão M.BENZ/ACCELO, que era conduzido por um homem de 27 anos. Ao realizarem os procedimentos de fiscalização no veículo, os policiais identificaram irregularidades significativas no sistema de pós-tratamento de gases poluentes.
Após inspeção no sistema SCR (sistema de controle de emissão de gases poluentes), a equipe constatou as seguintes situações: no painel do veículo, o indicador digital do tanque de Arla 32 apresentava-se operante, indicando 100% da capacidade abastecida; a LIM (luz indicadora de mau funcionamento) permaneceu apagada em todas as situações do motor do veículo; o sistema estava com todos fusíveis responsáveis pelo controle do sistema SCR presentes e íntegros, conforme gabarito da central de fusíveis e relés, consultado no manual do veículo; o tanque de Arla 32 foi encontrado abastecido e com os cabos e conexões inalterados; Contudo o líquido que estava no tanque do ARLA 32 do veículo estava contaminado com presença de minerais, conforme reação após teste com negro de eriocromo T, resultando na cor violeta/rosa.
Na ocasião, também foi realizado, sob presença do condutor, um teste em água desmineralizada, com a mesma substância, resultando na cor azul, sem presença de minerais. Além disso, antes mesmo de realizar o teste com negro de eriocromo T, percebeu-se que o líquido que estava no tanque do ARLA 32 não estava no padrão normal (transparente), pois apresentava-se turvo.
Após uma minuciosa Inspeção no sistema de escapamento do veículo, verificou-se a adulteração na tubulação que conduz os gases da combustão do motor até o catalisador, por meio de um cano reto que direciona todos os gases gerados no funcionamento do motor para a atmosfera sem passar pelo sistema SCR do veículo.
Por fim, foi observado, também, na saída do escape desviado do original, e com o motor em funcionamento, o fluxo de gases, ruído de explosão e também a presença de material particulado aderido nas paredes internas do tubo.
É válido destacar que a adulteração verificada no sistema de escape pertencente ao sistema SCR faz com que todo o sistema seja ineficiente, já que os gases tóxicos são eliminados antes mesmo de serem analisados pelos sensores e tratados no catalisador, tornando a aferição dos gases pelos sensores e interpretados pelo módulo de controle do sistema em condição ideal e não realista.
Com base nas informações obtidas, constatou-se, a princípio, a ocorrência de causar poluição de qualquer natureza, resultante em danos à saúde humana, mortandade de animais ou destruição significativa da flora - na modalidade culposa. Um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) foi elaborado contra os envolvidos, motorista proprietário do veículo, devido à imperícia, imprudência e negligência demonstradas.
O TCO será encaminhado ao Ministério Público Estadual para que sejam tomadas as medidas cabíveis referentes ao crime ambiental cometido pelos envolvidos.
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