Maria Eduarda Vitória de Sousa Oliveira, de 4 anos que foi supostamente espancada até a morte foi entregue de forma irregular para a tia Jéssica Pais de Sousa, de 30 anos, informou a presidente do Conselho Municipal em Defesa da Criança e do Adolescente do Município de Posse, Goiás (GO), a advogada Mônica Miranda.
Jéssica Pais foi presa suspeita de espancar a sobrinha até a morte no sábado (14) em Uruçuí, a 456 km de Teresina.
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Segundo a polícia, a tia levou a menina para o hospital afirmando que ela tinha passado mal, mas a equipe médica constatou que ela teve traumatismo craniano e tinha marcas pelo corpo de maus tratos. O irmão dela, de 3 anos, também apresentou sinais de maus tratos, segundo a polícia.
Os pais das crianças vivem em situação de rua na cidade de Posse, em Goiás, há cerca de cinco meses. O casal tem outros dois filhos que não foram trazidos para o Piauí.
Segundo a advogada Mônica Miranda, presidente do Conselho Municipal em Defesa da Criança e do Adolescente do município de Posse, as crianças estavam em um abrigo em Goiás e foram entregues pela diretora para a tia sem qualquer tipo de decisão judicial.
“Não existe nenhuma determinação judicial entregando a criança à tia. O que ocorreu é que a mãe sofre de problemas psicológicos, o pai também tem problema, e essas crianças foram acolhidas por medida de precaução, de risco, e a diretora do abrigo Pequeno Edson, localizado aqui em Posse, Goiás, contactou a tia Jéssica sem conhecimento do promotor e da juíza, e fez a entrega dessas crianças de uma forma irregular”, afirmou.
Ela explicou que somente com a morte da menina é que o Conselho Tutelar da cidade de Posse descobriu que ela tinha sido entregue para a tia e foi morar em Uruçuí. “Nem mesmo outros familiares sabiam que essas crianças estavam no Piauí e no sábado tivemos essa triste notícia da Maria Eduarda”, destacou.
A advogada Mônica Miranda disse que o irmão de Maria Eduarda, de 3 anos, foi acolhido pelo Conselho Tutelar e deve voltar para sua cidade natal de Posse, em Goiás. Familiares dele já manifestaram interesse em ficar com o menino.
A Delegacia de Uruçuí continua as investigações sobre a morte. O delegado Marcos Halan, que comanda o inquérito, disse a perícia criminal verificou que havia manchas de sangue no colchão da criança, no chão do quarto e nas roupas que estavam para serem lavadas já dentro da máquina de lavar.
“Quando fomos avisados, fomos até a casa da senhora Jéssica e percebemos que estava recentemente arrumada pela filha mais velha. Mas, mesmo limpa, a perícia que veio de Floriano, conseguiu encontrar as manchas de sangue”, afirmou o delegado.
Ele disse também que já ouviu diversas testemunhas e a própria suspeita do crime que se contradisse em vários momentos.
“Ela falou que a criança caiu da cadeira, depois falou que não estava no local. Contudo, a versão dela diverge das testemunhas e do médico que constatou traumatismo craniano”, explicou Marcos Halan.
O corpo de Maria Eduarda foi levado para a cidade natal, Posse, em Goiás, onde foi enterrada.
A tia segue presa preventivamente.
Com informações do CidadeVerde
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