O Edifício São Pedro, prédio histórico de Fortaleza localizado na Praia de Iracema, será demolido por estar em "situação precária e risco de desmoronamento", conforme anunciou o prefeito José Sarto.
Conforme José Sarto, o imóvel já foi desocupado e as pessoas em situação de rua estão sendo acompanhadas pela nossa Secretária de Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS). Equipes da Guarda Municipal já estão no local para garantir o isolamento do prédio.
O edifício foi isolado na semana passada, por conta de obras no bairro. "Os laudos técnicos indicam não ser mais possível a recuperação. Enquanto isso, o imóvel vem sendo depredado e acessado por quem desconhece ou ignora a insegurança. Lamentavelmente, uma pessoa já morreu ali.", escreveu, ainda, Sarto.
"Diante da falta de intervenções por parte dos proprietários e do decreto do Governo do Estado revogando a declaração de interesse público do imóvel, a situação exige providências, sob pena de colocar mais vidas em risco. Por todas essas razões, a Prefeitura tomou a decisão de fazer imediatamente, por conta própria, a demolição do prédio e cobrar dos proprietários o ressarcimento pelos custos desse serviço", disse Sarto.
O Edifício São Pedro esteve no centro de debates e decisões que tentaram o tombamento do imóvel e tinha futuro incerto.
Do luxo às ruínas
O prédio foi inaugurado em 1951, sendo o primeiro a ter mais de três andares na Praia de Iracema. Ele surgiu como Iracema Plaza Hotel, consolidando uma era de luxo e lazer à beira do mar para os boêmios e visitantes da capital cearense. Era o começo da ocupação hoteleira na praia, que até então abrigava casas de veraneio.
O Edifício São Pedro era referência de luxo e boemia para os fortalezenses, tanto pela movimentação do hotel como pelo uso residencial. A proximidade com o mar e o clima festivo dos eventos sociais marcaram a memória de quem passou pelo imóvel.
Quando gravou o documentário “Lastro - Memórias do Edifício São Pedro”, a motion designer Rebeca Prado, de 32 anos, encontrou várias pessoas que compartilharam lembranças sobre o lugar.
Dentre elas, uma das moradoras que ainda resistiam no prédio, ressaltando que pagava caro pelo aluguel e que estava em situação regular. O ano era 2014. E o cenário já era de incertezas quanto ao futuro do imóvel.
Um primeiro processo de tombamento do prédio a nível municipal já existia. No ano seguinte às gravações, vieram a desocupação do prédio e um longo período de idas e vindas nas tentativas de preservar ou transformar o lugar.
Fonte: G1
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