Um motorista de aplicativo, identificado como Felipe do Valle Prado , de 30 anos, foi preso nesta sexta-feira (17), suspeito de tentativa de feminicídio na zona Sul de Teresina. Segundo a delegada Nathália Figueiredo, do DHPP, o homem espancou a companheira por cerca de 6 horas em um quarto de motel no bairro Macaúba.
Segundo a delegada, apesar dos gritos, ninguém acionou a polícia e mais tarde, no hospital, mesmo ao ver a mulher com o rosto desfigurado, a policia não fez a prisão em flagrante. Chamou a atenção o fato de que o reconhecimento facial do celular da vítima não funcionou, dado o nível de desfiguração do rosto após as agressões.
O crime aconteceu no sábado passado (11), e foi denunciado na segunda-feira (13), pela família da vítima. "Ela saiu com o namorado para um aniversário, na noite anterior, sexta (10). Eles se desentenderam e ela foi embora sozinha, de madrugada", contou a delegada.
Nathália Figueiredo contou que do aniversário, a vítima foi para um posto, onde ficou bebendo sozinha até que recebeu a ligação do namorado, pedindo que ela voltasse, porque ele estava com o filho dela.
"Ela se sentiu ameaçada, já que eles tinham tido uma discussão lá no aniversário e ele era de ficar muito violento quando consumia bebida alcoólica, então ela voltou para casa com receio de acontecer alguma coisa com o filho dela", completou.
Vítima foi recebida com soco
Quando a vítima chegou ao condomínio onde mora, o companheiro já a estava esperando na porta e a recebeu com um soco, conforme mostram imagens obtidas pela polícia. Em seguida, o agressor entrou no veículo em que a vítima estava, no controle da direção e saiu com ela.
"A gente acredita que ainda dentro do veículo ele deu continuidade às agressões com murros e cotoveladas, enquanto se dirigia para um motel, onde ele continuou realizando agressões físicas contra a vítima", relatou Nathália Figueiredo.
Gritos da vítima foram ouvidos e polícia não foi chamada
O casal deu entrada no motel por volta das 8h. A delegada afirmou que a vítima ficou cerca de seis horas nesse motel, sofrendo as agressões, pedindo socorro, e em nenhum momento a Polícia Militar foi acionada.
"Ela gritou tanto que chamou até mesmo a atenção de funcionários do estabelecimento e de clientes e nenhum realizou o acionamento da Polícia Militar", afirmou Nathália Figueiredo.
Aplicativo do banco não reconhecia rosto da vítima
Segundo a delegada, às 15h, o homem entrou em contato com um familiar pedindo que fosse ao motel para pagar, porque ele não tinha dinheiro e a vítima não tinha acesso ao aplicativo do banco.
"Não conseguia porque estava com o rosto desfigurado, por isso não conseguia abrir o aplicativo", disse.
Segundo ela, quando um parente chegou, ao ver situação da vítima, percebeu que ela tinha sido agredida. Ela então relatou que já tinha sido agredida antes e o familiar decidiu levá-la ao hospital.
PM deixou de prender suspeito em flagrante
Quando a vítima deu entrada no hospital, a Polícia Militar do Piauí (PMPI) foi acionada. "Quando a polícia militar chegou lá, o autor ainda estava no hospital e não foi realizada a condução, mesmo diante das suspeitas de violência, a vítima desfigurada", afirmou a delegada.
"Disseram que não fariam a condução porque a vítima não estava em condição de falar. Isso é um absurdo. Por duas oportunidades ele poderia ter sido preso em flagrante. No motel, com a omissão dos funcionários por não acionar a polícia e nesse momento no hospital que a polícia não realizou a condução", explicou Nathália Figueiredo.
Com informações do g1
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