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  04:54

Governo anuncia fim da greve na Uespi; sindicato desmente

"Apenas na próxima segunda-feira é que nós vamos definir se encerramos ou não a greve"

 

O Governo do Estado anunciou, no final da tarde desta quarta-feira (25), que os técnicos administrativos da Universidade Estadual do Piauí decidiram suspender a greve no setor administrativo da instituição, acatando a proposta apresentada pela Secretaria de Administração e Previdência.

 

A categoria está em greve há mais de um mês, e, para encerrar o movimento, que prejudica o funcionamento da universidade, o Governo se comprometeu a fazer um reajuste na faixa salarial dos técnicos administrativos, além de encaminhar para a Assembleia Legislativa, até final de julho, um novo Plano de Cargos e Salários.

 

Segundo o secretário de Administração e Previdência, Franzé Silva, esse plano vai ser aprovado em 2016 para entrar em vigor em 2017. "Entendo que é um primeiro passo. A expectativa é que a parte burocrática, andamento de processos, vida funcional de alunos e servidores volte ao normal. É um sinal de avanço com a comunidade universitária. Nosso anseio é que na próxima segunda-feira, dia 30, na conversa que vamos ter com os professores, a categoria também possa voltar às atividades e não prejudicar o semestre dos alunos da Uespi", afirma Franzé.

 

A informação de que a greve dos técnicos chegou afim, contudo, foi desmentida pela presidente do Sindicatos dos Trabalhadores da Universidade Estadual do Piauí (Sintuespi), Leda Simone Mesquita.

 

Ela afirma que esta decisão só será tomada na próxima semana, numa assembleia unificada, com professores, técnicos administrativos e estudantes da Uespi. "Na assembleia realizada nesta quarta-feira nós apenas decidimos que vamos ficar com a tabela que o Governo nos propôs. Apenas na próxima segunda-feira é que nós vamos definir se encerramos ou não a greve", afirma Leda Mesquita.

 

Categoria está "injuriada, triste e insatisfeita" com a proposta do Governo

 

Leda Mesquita afirma que a categoria não ficou satisfeita com a nova tabela salarial proposta pelo Governo Wellington Dias (PT), mas os trabalhadores estão sendo obrigados a aceitá-la, sob pena de ficarem sem reajuste em 2016.

 

"A tabela que o Governo nos ofereceu foi a tabela equiparada aos técnicos da Secretaria de Educação. E nós só aceitamos porque ou a gente aceitava ou ficava de fora. Mas, na realidade, nós somos técnicos diferenciados, porque a gente trabalha numa universidade, atuando com graduação, pesquisa e extensão. O nosso trabalho é diferente de um técnico que trabalha num colégio, por exemplo. Essa tabela não nos contempla de jeito nenhum, porque estamos desde 2013 sem ter um reajuste salarial. Pelo contrário, a categoria está injuriada, triste e insatisfeita. Mas diante da cruz e da espada a gente ficou com a cruz", afirma Leda Mesquita.

 

A sindicalista ressalta que a situação dos trabalhadores é tão lamentável que há casos de técnicos que terão um aumento de apenas R$ 40 em seus contra-cheques, pela nova tabela.

 

Ainda conforme dados do Sintuespi, hoje a universidade estadual possui 362 técnicos administrativos, dos quais 171 têm vencimento básico inferior ao salário mínimo, que só é atingido na remuneração total graças às complementações salariais.

 

Além de apresentar a tabela salarial, o Governo também garantiu que vai pagar as promoções e progressões dos técnicos no mês de junho.

 

Fonte: Portal O Dia 

Por Otávio Neto

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